O empresário Thiago Brennand foi condenado a 10 anos e seis meses de prisão, em regime inicial fechado, por estupro. Ele também deverá pagar uma indenização de R$ 50 mil à vítima por danos morais. É a primeira condenação do empresário, que responde a uma série de processos por abuso sexual, ameaça, lesão corporal, corrupção de menores, sequestro, cárcere privado, calúnia, injúria e difamação. Ele está preso preventivamente e alega ser inocente. A reportagem entrou em contato com a defesa, que não se pronunciou.
A decisão é do juiz Israel Salu, da 2ª Vara de Porto Feliz, que aplicou a pena máxima. O processo tramita em segredo de Justiça para preservar a identidade da vítima. Thiago Brennand foi acusado por estupro de uma mulher norte-americana em sua mansão, em um condomínio de luxo em Porto Feliz, no interior de São Paulo. Eles teriam mantido um relacionamento por cerca de dois meses.
A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Os promotores afirmam que o empresário gravou cenas íntimas sem o consentimento da mulher e, quando ela quis romper o relacionamento, teria ameaçado divulgar as imagens. Ele se tornou alvo da Justiça inicialmente depois de agredir e ameaçar uma modelo em uma academia de ginástica de São Paulo – as agressões foram registradas pelas câmeras de monitoramento.
Na sequência, uma série de mulheres veio a público acusá-lo. Todas acusam Brennand de agressões sexuais, físicas e psicológicas. Algumas dizem ter sido forçadas a tatuar a assinatura e o brasão da família do empresário, que segundo elas considerava o ato uma forma de "marcar território". Uma das mulheres também afirma que ele se gabava da prática e mantinha uma pasta com fotos de outras vítimas "carimbadas", como dizia, além de obrigá-la a mostrar a tatuagem para outras pessoas.
O empresário foi preso nos Emirados Árabes Unidos, mas pagou fiança e permaneceu oito meses naquele país, sob custódia das autoridades locais. Após um longo processo de extradição, Brennand foi trazido ao Brasil pela Polícia Federal. O empresário está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na capital paulista.
<b>DEFESA</b>
Nas apresentações que ocorreram até agora, a defesa de Brennand negou todas as acusações. Em sua audiência de custódia, o empresário alegou que faz uso contínuo de medicações para depressão, ansiedade e distúrbios de sono. Investigadores avaliam que a informação faz parte de uma possível estratégia para reforçar eventual pedido de internação hospitalar.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>