Depois de ser solto em Abu Dabi, Thiago Brennand, de 42 anos, permanece em refúgio de luxo nos Emirados Árabes, conforme reportagem exibida pelo <i>Fantástico</i>, da <i>TV Globo</i>, neste domingo, 16. Ele era considerado foragido da Justiça brasileira pela acusação de ter agredido a modelo e empresária Helena Gomes em uma academia localizada em São Paulo. Foi preso na última quinta-feira, 13, mas libertado após o pagamento de fiança.
A Polícia Civil de São Paulo confirmou, no sábado, 15, ao <b>Estadão</b>, que foi informada pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) que Brennand espera o resultado do processo de extradição em liberdade. O valor da fiança não foi informado, mas a Polícia Civil destacou que o empresário não pode sair dos Emirados Árabes Unidos e terá de comparecer em todas as audiências judiciais durante o processo. Ele teria se comprometido a manter o mesmo endereço já declarado às autoridades daquele país.
Reportagem do <i>Fantástico</i> mostrou imagens exclusivas do empresário, um dia depois de ser libertado. Ele retornou para um hotel cinco estrelas nos Emirados Árabes, com diárias de até R$ 22 mil, que reúne sete restaurantes, piscina e spa. Nas imagens, ele aparece usando apenas uma bermuda azul, enquanto caminhava por uma área comum do refúgio de luxo.
Brennand deixou o Brasil em 4 de setembro com destino aos Emirados Árabes. O empresário viajou no mesmo dia em que o Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia à Justiça contra ele por ter agredido Helena.
Uma hora antes de embarcar, conforme o <i>Fantástico</i>, ele mandou uma mensagem de celular para a estudante de Medicina Stefanie Cohen, de 30 anos. "Ele quis me coagir a ser testemunha dele: Você deporia a meu favor? Só para dizer que nos relacionamos e que nunca fui um monstro para você? ", disse Stefanie à TV Globo. "Não tem como um ser humano não achar que ele é um monstro. Nós não tivemos relacionamento nenhum. Ele me estuprou, e eu consegui escapar", continuou.
<b>Novo pedido de prisão</b>
Em um novo processo, o juiz Jorge Panserini, da 1ª Vara de Porto Feliz (SP), decidiu na sexta-feira, 14, colocar o empresário no banco dos réus mais uma vez, agora por uma série de crimes praticados contra uma vítima forçada a fazer tatuagem com suas iniciais.
O magistrado ainda impôs uma nova prisão preventiva ao empresário, "como garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal". Segundo o juiz, restou demonstrada a "periculosidade e o risco à ordem social".
Apenas contra essa mulher vítima de Recife, o Ministério Público de São Paulo aponta que o empresário cometeu o crime de estupro cinco vezes, além de cárcere privado, tortura e lesão corporal gravíssima – esses relacionados ao uso de força para tatuar suas iniciais na mulher.
A Promotoria apontou ainda constrangimento ilegal praticado três vezes, ameaça (quatro vezes) e coação no curso do processo – para obrigar a vítima a retirar a queixa -, além de registro não autorizado de intimidade sexual e divulgação de cena de estupro ou sexo (oito vezes). Somadas, as penas previstas para esse conjunto de crimes podem chegar a 70 anos de prisão – cada estupro, por exemplo, tem pena prevista de 6 a 10 anos.
O empresário já era réu por lesão corporal e corrupção de menores, após ser acusado de perseguir, agredir e ameaçar a modelo Helena Gomes, no dia 3 de agosto, em uma academia de São Paulo. Como as agressões, registradas por câmeras de segurança, ocorreram na presença do filho do empresário e o menino, menor de idade, ofendeu a mulher, a promotoria considerou a prática de corrupção de menores.