O lateral-esquerdo Renan Lodi, do Atlético de Madrid, deixou de ser convocado para os dois próximos jogos do Brasil pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, diante de Equador e Paraguai, por não estar devidamente vacinado contra a covid-19. A informação foi dada pelo próprio técnico Tite, logo após o anúncio da lista de convocados. Com apenas uma dose do imunizante, recebida recentemente, Lodi não poderia entrar no Equador e também corria o risco de ter restrições de deslocamento dentro do próprio Brasil.
O auxiliar-técnico Cesar Sampaio disse que a CBF "não exige" a vacinação dos jogadores, mas na reta final da coletiva o diretor médico da entidade, Jorge Pagura, afirmou que "o interesse coletivo supera o interesse individual em relação à vacinação, e a CBF prioriza aqueles que têm a vacinação completa".
Tite fez questão de defender a medida. Ele declarou que gostaria que todo mundo se vacinasse e ainda aproveitou para criticar a seleção argentina devido ao jogo interrompido em setembro, o que foi motivado por informações sanitárias inconsistentes de quatro atletas. "Aqui nós respeitamos as regras."
Sobre Renan Lodi, o treinador foi direto ao dizer que o lateral foi "alijado" da lista por falta de vacinação. "Eu particularmente entendo que a vacinação é uma responsabilidade social; ela é minha e de qualquer pessoa que está ao meu lado. Eu trago essa responsabilidade, eu e a minha família, eu e as pessoas que eu tenho responsabilidade, eu e meus netos. Eu queria ter os meus pais, não os tenho (mais), mas queria ter a oportunidade de protegê-los", disse Tite.
Na sequência, o coordenador Juninho Paulista esclareceu que o fato de não estar devidamente vacinado impediria Renan Lodi até mesmo de ir ao Equador, onde o Brasil faz o primeiro jogo e a parte inicial de preparação. "Ele não poderia entrar no Equador, e aqui no Brasil também há restrições. O Renan Lodi teve a primeira dose de vacina agora no dia 10, então não estaria apto, dentro das regras sanitárias dos País, a poder estar com a seleção", explicou Juninho.
ARGENTINA – Em setembro, a Argentina esteve em São Paulo para enfrentar o Brasil pelas Eliminatórias com quatro jogadores – Emiliano Buendía, Emiliano Martínez, Giovani Lo Celso e Cristian Romero – que não poderiam ter ingressado no Brasil sem realizarem a devida quarentena. A partida, como se sabe, acabou interrompida nos minutos iniciais por técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Tite aproveitou a resposta sobre a falta de vacinação de Renan Lodi para relembrar o episódio e criticar a seleção vizinha. "Nós respeitamos a lei deste País, diferentemente da seleção da Argentina quando veio pra cá sem a devida autorização. Nós entramos em campo, jogamos, na questão esportiva fizemos a nossa parte, e o Brasil fez a parte dela, as suas instituições fizeram a parte dela. Ninguém vem aqui fazer o que quer, da forma que quer, violando situações clínicas, médicas. Aí foi Polícia Federal e Anvisa. Respeite o Brasil", declarou o técnico.