Tite completa neste domingo cinco anos de seleção brasileira. Com bons números, o treinador faturou um título no período, manteve o índice de aproveitamento alto em amistosos e jogos oficiais e agora está prestes a encarar mais um duro desafio: preparar a seleção para confirmar a vaga na Copa do Mundo, nas Eliminatórias, e sonhar novamente com o título mundial, em 2022.
O técnico foi contratado pela CBF no dia 20 de junho de 2016. Sua estreia, porém, aconteceu somente em 1º de setembro daquele ano. Foi uma vitória por 3 a 0 sobre o Equador. A primeira de uma série de nove seguidas, suficiente para recuperar a seleção nas Eliminatórias da Copa de 2018, selar a vaga no Mundial da Rússia e alcançar as quartas de final, quando foi eliminada pela Bélgica.
Desde que chegou à seleção, Tite comandou o time em 56 jogos, com 42 vitórias, dez empates e quatro derrotas, somando amistosos e jogos oficiais. Trata-se de um aproveitamento de 81% dos pontos em disputa. Foram 123 gols marcados e apenas 19 sofridos. Se as estatísticas se restringirem às partidas oficiais, o aproveitamento cresce. Em 31 jogos, foram 26 triunfos, quatro empates e apenas uma derrota, justamente para os belgas.
Se a campanha na Copa da Rússia decepcionou, Tite voltou a mostrar serviço na Copa América de 2019, quando conquistou seu primeiro título como treinador da seleção, e também nestas Eliminatórias, com a liderança isolada da tabela. No total, o treinador exibe novamente nove vitórias consecutivas.
Com este embalo, busca o bicampeonato da Copa América ao mesmo tempo em que faz testes no time, visando a Copa do próximo ano. Desde que assumiu o comando da seleção, Tite já convocou 105 jogadores diferentes. O zagueiro Marquinhos é o mais assíduo nas listas do treinador, participando de 20 convocações.
O novo bom momento de Tite à frente do Brasil coincidiu com sua primeira crise com a CBF, o que quase colocou seu emprego em risco. O treinador entrou em atrito com o presidente afastado Rogério Caboclo, insatisfeito com a união de Tite com os jogadores no questionamento da Copa América no Brasil.
A competição estava marcada para Colômbia e Argentina, mas os dois países desistiram de sediar o evento por conta da pandemia e de questões sociais, no caso dos colombianos. A Conmebol buscou o Brasil como alternativa e a CBF aceitou sem consultar os jogadores da seleção, que ainda foram pressionados por Caboclo em meio às rodadas das Eliminatórias antes do início da Copa América. Alguns jogadores chegaram a ameaçar não disputar a competição e a postura de contestação ganhou o apoio total de Tite.
Com o afastamento temporário de Caboclo por 30 dias, em razão de denúncia de assédio moral e sexual, o elenco se acalmou, aceitou disputar a Copa América e a crise entre a cúpula da CBF e Tite foi contornada. O foco do treinador no momento é fazer bonito no torneio regional enquanto promove testes no elenco para o Mundial do Catar.
FOLGA – Com duas vitórias em dois jogos, no Grupo B, a seleção brasileira ganhou folga na rodada deste fim de semana. Assim os jogadores receberam descanso neste domingo, após treino leve no sábado. O Brasil volta a campo na quarta-feira para enfrentar a Colômbia, novamente no Engenhão, pela quarta rodada da chave.