O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, confirmou nesta quarta-feira, 7, que todos os ativos da pasta que serão leiloados durante essa semana receberam propostas, como antecipou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Além do certame dos aeroportos, realizado nesta quarta-feira, com ágio significativo, o governo vai abrir a disputa nos próximos dois dias para um trecho de ferrovia e terminais portuários.
"Temos propostas para todos os ativos. Significa que amanhã vamos ter um leilão bem sucedido de Fiol, e na sexta-feira teremos também um leilão bem sucedido de terminais", disse o ministro em entrevista à <i>CNN Brasil</i>.
No total, o governo repassa à iniciativa privada a operação de 28 empreendimentos: 22 aeroportos hoje operados pela Infraero (divididos em três blocos), cinco terminais portuários e um trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), entre Ilhéus e Caetité, na Bahia.
As empresas que concorrem pelos ativos precisam entregar antecipadamente suas propostas na B3.
Como mostrou na terça-feira o Broadcast, com pelo menos um lance em cada certame, o governo federal consegue garantir os R$ 10 bilhões de investimentos totais previstos nos projetos.
Independente do ambiente de concorrência, se os lances são agressivos ou não – o que impacta no valor de outorga arrecadado pela União -, o que as empresas precisam injetar nos empreendimentos não muda. No caso dos aeroportos, o investimento total é de R$ 6,1 bilhões, nos terminais portuários R$ 600 milhões, e R$ 3,3 bilhões na Fiol.
Enquanto a disputa pelos aeroportos teve mais concorrência e ágio (diferença em relação ao mínimo exigido no edital) médio alto, de 3.822%, o leilão da Fiol tem altas chances de receber apenas um lance. A principal apontada para levar a concessão é a Bahia Mineração (Bamin), que teria interesse direto na ferrovia, cujo trecho que irá a leilão tem como vocação básica o transporte de minério de ferro.
"Cada tipo de ativo tem característica diferente, a ferrovia é mais intensiva em capital, o acesso a esse mercado é mais restrito. E muitas vezes quem tem muito apetite é o dono da carga", afirmou nesta quarta-feira o ministro.