Estadão

Toffoli chama de suicidas empresários que teriam defendido golpe no WhatsApp

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli classificou como "suicidas" os empresários bolsonaristas que teriam defendido em um grupo de WhatsApp a realização de um golpe de Estado em caso de uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o presidente Jair Bolsonaro na eleição presidencial. De acordo com o ministro, tal postura, além de ser crime penal, gera retaliação econômica ao Brasil por parte de países democráticos, afasta investidores e desvaloriza a moeda local.

"Se empresários divulgam esse tipo de posicionamento eles são suicidas, porque não há dúvidas nenhuma que Estados Unidos, Europa e países democráticos vão retaliar o Brasil economicamente. Investidores vão embora. Isso vai gerar desemprego em nosso País, isso vai gerar saída de capitais de nosso País. Isso vai gerar nossos capitalistas mandarem nosso dinheiro para fora porque vai ter desvalorização brutal da nossa moeda", disse aos jornalistas após debate com o Grupo Esfera, em São Paulo. "Isso é loucura", enfatizou.

O grupo de WhatsApp em questão se chama "Empresários e Política". O caso foi revelado pelo portal Metrópoles. Segundo o colunista Guilherme Amado, o empresário José Koury, dono do Barra World Shopping, teria dito preferir "um milhão de vezes" um golpe que a volta do PT, alegando que isso não afastaria investimentos do Brasil. Neste momento, as pesquisas eleitorais apontam o candidato Luiz Inácio Lula da Silva na liderança para o cargo de presidente da República.

Segundo o Metrópoles, o grupo também tem Luciano Hang, dono das Lojas Havan, Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu, Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii, Vitor Odisio, da Thavi Construction, entre outros. Nas mensagens, eles não articulam um golpe, mas defendam que ele aconteça. Assim como o presidente Bolsonaro, eles argumentam que uma vitória de Lula nas urnas decorreria de fraude do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em mensagens anteriores, de outros dias, os integrantes do grupo demonstraram descontentamento com o Judiciário, sobretudo com o ministro Alexandre de Moraes, que hoje preside o TSE. Ainda segundo a coluna, o magistrado é frequentemente chamado de "skinhead" e associado ao PCC por Carlos Molina, dono da Polaris. "Já nem o PCC tem paciência para aturar o skinhead de toga", diz uma de suas mensagens.

Nesta quinta-feira, 18, Bolsonaro comentou o assunto. O presidente minimizou o teor das mensagens e afirmou que a alegação de que os empresários querem dar um "golpe" é "fake news". "Golpe? Quem vai dar golpe? Isso é fake news", disse.

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