O processo de tokenização pode melhorar a eficiência e mitigar os riscos nos sistemas de pagamento, afirma o chefe de pesquisa e assessor econômico do Banco de Compensações Internacionais (BIS), Hyun Song Shin, em discurso no âmbito da Reunião Anual Geral.
A tokenização constitui o ato de representar determinado ativo em uma plataforma programável. Segundo Song Shin, os tokens permitem a chamada "liquidação atômica", isto é, a troca instantânea de dois ativos, de modo que a transferência de um aconteça apenas com a transação do outro. "Essa funcionalidade pode aumentar a eficiência e reduzir os riscos", explica.
O dirigente chama atenção para potenciais benefícios para a liquidação de valores mobiliários, que atualmente envolve uma série de atores em um processo custoso. "Em um ambiente tokenizado, alguns desses riscos podem ser mitigados encurtando atrasos de liquidação e evitando a necessidade de mensagens entre sistemas e reconciliação", pontua.
Song Shin defende que essas inovações devem ser integradas a moedas digitais emitidas por BCs (CBDC, na sigla em inglês). "Ter uma moeda de banco central como ativo de liquidação no mesmo local de outros ativos tokenizados fornece uma base sólida para as funcionalidades da tokenização", destaca.
O assunto é o tema central de um capitulo especial do relatório anual do BIS, divulgado neste domingo. O trecho específico sobre a tokenização, no entanto, já havia sido divulgado na última terça-feira.