Cidades

Tombado, cemitério São João Batista tem túmulos abandonados

Secretaria de Cultura, responsável pela conservação, não informa andamento das reformas

Apesar de ser tombado como patrimônio histórico do município, o cemitério São João Batista tem diversos túmulos em péssimo estado. As famílias que possuem entes enterrados no local alegam que a Secretaria da Cultura não conserva os túmulos existentes e recusa que os proprietários dos jazigos procedam a reforma dos mesmos.

No cemitério, a reportagem constatou túmulos quebrados e em péssimo estado de conservação. Exemplo disso é o da família do comerciante Rubens de Rissi, 53 anos. Ele conta que desde abril de 2009 aguarda autorização da Pasta para realizar as reformas necessárias. "Protocolei toda a documentação solicitada há três anos e não há nenhum posicionamento. Eles alegam que o local é tombado e não pode ser reformado".

O comerciante, que já presenciou visitas monitoradas por agentes da Secretaria de Cultura, apresentando o cemitério como parte da história da cidade, frisa sua indignação. "Como um local considerado tão importante pode estar nessa situação? É uma vergonha".

O cemitério São João Batista foi inaugurado em 1889 e tombado em 1990, considerada a influência das pessoas sepultadas no local, dentre as quais estão ex-prefeitos e famílias que participaram da história de Guarulhos.

Segundo a Secretaria de Cultura, para que reformas ou quaisquer intervenções sejam feitas, é necessário protocolar documentação junto ao Conselho do Patrimônio Histórico, Artístico, Ambiental e Cultural de Guarulhos (CPHAACG), órgão que deve nortear os regulamentos para as intervenções.

Sem normas – Para Elmi Omar, do movimento Guarulhos Tem História, o problema se deve ao fato de que desde sua criação, no fim de 2009, estabelecida por lei, o conselho não tem um estatuto com normas para a preservação do patrimônio histórico da cidade. "Falta uma mesa diretória e a ação do conselho, que somente foi estabelecido na cidade", diz.

Questionada, a Secretaria de Cultura não informou em que trâmite estão os processos para autorização de reforma solicitados pelos proprietários dos jazigos. A reportagem não conseguiu estabelecer contato com o CPHAACG.


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