Um alto dirigente do Comitê Organizador da Olimpíada de Tóquio, em 2020, prometeu nesta quarta-feira que a cidade conseguirá melhorar a qualidade da água no Odaiba Marine Park, local onde estão serão disputadas as provas de maratona aquática e do triatlo da grande competição no Japão.
Toshiro Muto, diretor-geral do comitê, falou sobre o assunto depois de uma reunião do órgão, no qual foi firmado o compromisso para a utilização de “telas subaquáticas filtrantes especiais” para ajudar no processo de que visa despoluir o máximo possível as águas da baía da capital japonesa que abrigará as disputas destas modalidades olímpicas.
Em outubro do ano passado, testes de qualidade da água realizados no local detectaram uma concentração da bactéria Escherichia Coli (conhecida como E. Coli) em quantidades que superavam em até 21 vezes o limite permitido.
Este tipo de bactéria costuma habitar normalmente no intestino humano e de alguns animais, mas alguns tipos da mesma são nocivos e podem provocar gastroenterite e infecções intestinais em pessoas que possam vir a ser contaminadas por meio do contato direto com as mesmas dentro da água.
Essa, porém, não é a primeira vez que a organização dos Jogos de Tóquio promete entregar águas limpas para a disputas olímpicas da maratona aquática e do triatlo. Também em outubro de 2017, essa promessa foi feita depois que chegou a ser cogitada a mudança de sede para estas duas modalidades e autoridades japonesas apresentaram dados sobre a água do complexo.
Naquela ocasião, essa possibilidade foi descartada naquele mesmo mês após telas subaquáticas testadas no local provarem que são capazes de conter a entrada de 90% dos coliformes fecais que acabam sendo despejados na água do complexo montado na baía de Tóquio.
EMPRESAS DESCARTADAS – Também no encontro desta quarta-feira, que contou com a participação de autoridades locais, o governo metropolitano de Tóquio descartou quatro empresas que foram acusadas de manipular licitações e que não estarão mais presentes nas próximas fases de obras do projeto olímpico dos Jogos de 2020.
No caso, tratam-se de quatro construtoras que já estavam entre as principais empreiteiras contratadas para edificações ou reformas de sedes das modalidades da Olimpíada de Tóquio, cujo orçamento total sofreu, em dezembro passado, uma redução de US$ 300 milhões (cerca de R$ 990 milhões na cotação da época). O montante total caiu de US$ 12,9 bilhões para US$ 12,6 bilhões nesta revisão orçamentária.
O corte nos gastos tem sido uma busca constante dos organizadores desde as primeiras projeções de despesas. A meta é usar o mínimo de recursos públicos para preparar a Olimpíada e se alinhar às exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI), de acordo com a Agenda 2020, elaborada pela entidade para diminuir cada vez mais os gastos na preparação das sedes dos Jogos.
Em meio este contexto de contenção de gastos, o COI anunciou em setembro de 2017, em decisão inédita na história da eleição das sedes olímpicas, Paris e Los Angeles como palcos dos Jogos de 2024 e 2028, respectivamente.