Estadão

Torcedores do Corinthians picham muros do Parque São Jorge em protesto contra Cuca

Torcedores organizados e comuns do Corinthians picharam os muros do Parque São Jorge nesta sexta-feira para manifestar revolta contra a contratação de Cuca para comandar a equipe no lugar de Fernando Lázaro, demitido do cargo na quinta-feira, mesmo dia em que o novo técnico foi anunciado.

Horas antes da apresentação de Cuca, marcada para o fim da tarde desta sexta, corintianos expressaram por meio de pichações o descontentamento com a escolha da diretoria pelo técnico ex-técnico de Atlético-MG, Palmeiras, Santos e São Paulo. "Fora Cuca" e "diretoria incompetente" são algumas das frases estampadas nos muros do Parque São Jorge.

Cinco organizadas ligadas ao Corinthians – Camisa 12, Pavilhão 9, Estopim da Fiel, Coringão Chopp e a Fiel Macabra – publicaram comunicados em seus perfis nas redes sociais protestando contra a chegada de Cuca. A Gaviões da Fiel, mais importante das uniformizadas, não se manifestou.

Outra fase mais forte dizia: "Queremos títulos, não estuprador". Essa manifestação diz respeito à principal razão da revolta dos torcedores: o fato de Cuca ter sido condenado por estupro em Berna, na Suíça, em um episódio que ocorreu em 1987.

Então meio-campista do Grêmio, ele foi detido com os também atletas Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi, sob a acusação de "manter atos sexuais" com uma menina de 14 anos.

Os jogadores permaneceram em cárcere por 30 dias. Fernando foi o primeiro a ser liberado, já que a sua participação no ato não foi comprovada. Dois anos mais tarde, Cuca acabou condenado a 15 meses de prisão e ao pagamento de US$ 8 mil. Em matéria publicada à época pelo Estadão, o treinador disse que o episódio o fez adquirir "experiência e maturidade".

A vítima narrou ter sido segurada à força pelos quatro jogadores do Grêmio. O processo permanece em sigilo na Suíça até hoje. Cuca nega ter cometido abuso ou violência sexual contra a mulher e alega que não teve a oportunidade de se defender. Segundo ele, o julgamento foi feito "à revelia", já que ele e os outros gremistas envolvidos no caso já haviam voltado ao Brasil.

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