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Tornado no Paraná deixa mortos, centenas de feridos e rastro de destruição; ciclone afeta outros estados

O Paraná viveu horas de terror entre a tarde de sexta-feira (7) e este sábado (8), após a passagem de um tornado classificado como EF3, com ventos que chegaram a ultrapassar 250 km/h, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do estado (Simepar).

O fenômeno devastou principalmente o município de Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do estado, onde cerca de 90% da área urbana foi destruída. Casas foram destelhadas, estruturas colapsaram e postes de energia foram derrubados, deixando milhares de pessoas sem luz e água.

De acordo com a Defesa Civil do Paraná, o balanço preliminar aponta seis mortes confirmadas — cinco em Rio Bonito do Iguaçu e uma em Guarapuava —, além de mais de 750 feridos, nove deles em estado grave. Há ainda pelo menos uma pessoa desaparecida, e equipes seguem mobilizadas para buscas sob os escombros. Entre as vítimas fatais estão homens e mulheres com idades entre 14 e 83 anos, incluindo uma adolescente arrastada pelas rajadas de vento enquanto estava na casa de uma amiga.

O governo estadual decretou luto oficial de três dias e montou uma base de comando em Guarapuava para coordenar as operações de resgate e assistência. Um hospital de campanha foi instalado em Laranjeiras do Sul para atender à grande demanda de feridos. A Defesa Civil já distribuiu milhares de telhas, colchões, cestas básicas e kits de higiene, enquanto voluntários e equipes federais reforçam o socorro às famílias atingidas.

Impactos além do Paraná

O tornado foi associado a um ciclone extratropical que também provocou estragos em outros estados do Sul e alertas no Sudeste. No Rio Grande do Sul, ao menos dez municípios registraram destelhamentos, quedas de árvores e falta de energia, afetando cerca de 200 mil residências. Em Santa Catarina, vendavais e granizo causaram danos em cidades como Xanxerê e Dionísio Cerqueira. Já em São Paulo e Rio de Janeiro, embora não haja risco de tornados, as autoridades emitiram alertas para chuvas fortes e rajadas de vento, reflexos do mesmo sistema de baixa pressão.

Meteorologistas explicam que o fenômeno no Paraná foi resultado da formação de uma supercélula dentro do ciclone, condição rara e extremamente perigosa. “O cenário encontrado é de guerra”, descreveu o coronel Jonas Emmanuel Pinto, do Corpo de Bombeiros, ao relatar a dimensão dos estragos.