O Conselho do Grand Slam decidiu rever a premiação para tenistas que perdem na primeira rodada dos torneios em resposta aos abandonos constatados ao longo das rodadas de abertura das quatro principais competições do circuito nesta temporada. As desistências foram mais significativas em Wimbledon e no US Open.
Após reuniões realizadas na quarta e na quinta da semana passada, o Conselho mudou regras e decidiu criar uma punição para jogadores que venham a desistir ou a “jogar abaixo dos padrões profissionais” na primeira rodada de um Grand Slam – o Aberto da Austrália e Roland Garros completam o quarteto dos maiores torneios do circuito.
A punição é uma multa, cujo valor não foi revelado inicialmente, segundo definição anunciada pelo Conselho do Grand Slam nesta terça-feira. Trata-se de uma reação aos abandonos que levantaram suspeitas e causaram constrangimentos ao longo da temporada, principalmente diante dos torcedores.
Os casos mais emblemáticos aconteceram em Wimbledon. Tanto o suíço Roger Federer quanto o sérvio Novak Djokovic não precisaram jogar suas partidas de estreia até o fim porque seus rivais abandonaram de forma precoce. Federer permaneceu apenas 43 minutos em quadra, enquanto Djokovic, apenas 40.
Tudo porque seus adversários estavam visivelmente machucados ou sem condições físicas e só entraram na competição para receber a premiação paga ao tenista que perde na primeira rodada. Neste caso, o ucraniano Alexandr Dolgopolov e o eslovaco Martin Klizan, rivais de Federer e Djokovic, embolsaram 35 mil libras cada (cerca de R$ 150 mil) só por entrarem em quadra na rodada de abertura do Grand Slam britânico.
Estes casos causaram revolta e reclamações por parte da torcida e dos canais donos dos direitos de transmissão da competição. Por se tratarem de jogos com tenistas de primeiro nível, foram disputados na quadra central, o que ampliou o constrangimento.
Para evitar estas situações, o Conselho do Grand Slam decidiu pela multa e também por uma redução no pagamento da premiação. Se um tenista garantido na chave principal se declarar sem condições de jogo antes da partida, ganhará 50% da premiação a que teria direito e sofrerá punição. Os outros 50% do valor será pago ao substituto na chave.
Outra decisão anunciada pelo Conselho é o total apoio à iniciativa do Aberto da Austrália de instalar um cronômetro dentro de quadra para calcular o intervalo de tempo entre o fim de um ponto e o início de outro. Trata-se de uma forma de cobrar maior rapidez dos tenistas no saque.
O expediente foi testado inicialmente no Torneio Next Gen, que contou com várias novidades em quadra, no começo do mês. O tempo limite para o saque de um tenista é 25 segundos, o que geralmente não é respeitado. E, salvo raras exceções, os atletas não são punidos pela arbitragem.
Também foi discutido nas reuniões do Conselho a redução no número de cabeças de chave dos Grand Slams, de 32 para 16. Segundo a entidade, o número será mantido para a temporada 2018. Mas deve sofrer a diminuição para o ano de 2019 em diante.