A possibilidade de contaminação dos atletas e da comissão técnica da seleção brasileira com o novo coronavírus durante a Copa América é motivo de preocupação para o técnico Tite. O Ministério da Saúde anunciou que já são 53 casos de infecção entre jogadores, integrantes das delegações e prestadores de serviço envolvidos na competição. Três das quatro sedes registraram episódios. A delegação mais afetada é a da Venezuela, com ao menos 13 infectados. A Colômbia registrou dois casos na comissão técnica, enquanto a Bolívia tem mais quatro casos.
"Fico torcendo para que não tenhamos nenhum caso", afirmou o treinador em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, após treino da seleção brasileira, na Granja Comary. "Esse é o meu sentimento. O futebol é privilegiado em relação à vacina. Eu me sinto desconfortável em relação a isso. E não estamos falando de política. Estamos falando de saúde. A gente precisa de vacina para voltar aos empregos e voltar à dignidade. Esses dois conjuntos são fundamentais. Eu fico torcendo", disse o treinador.
Tite evitou comentar a expectativa do técnico uruguaio Óscar Tabárez, que prevê pelo menos um caso de contaminação de sua equipe ao longo da disputa da Copa América. "É difícil comentar. Ele é um exemplo de conduta pessoal, de competência profissional e escala de valores. O nome Maestro tem conotação de educador. Não tenho a pretensão de comentar", completou o treinador.
Depois do treino desta quarta, em que promoveu entre seis e sete mudanças na escalação, Tite evitou confirmar a equipe que enfrenta Peru nesta quinta-feira, às 21h, pela segunda rodada da fase de grupos do torneio. Existe preocupação com o uso das informações pelo técnico Ricardo Gareca, do Peru. "O Gareca tem nos enfrentado muitas vezes. Está há mais tempo que nós mesmos. Tem seis, sete anos na seleção. Ele pode saber a característica do nosso time", disse Tite.
A única mudança confirmada pela comissão técnica é a entrada de Ederson no lugar de Alisson. No meio, a dúvida do treinador está entre Fred e Everton Ribeiro, o que muda toda a configuração do setor ofensivo. No ataque, é grande a chance de escalação do trio Gabriel Jesus, Éverton Cebolinha e Gabigol.
"Existe uma linha próxima entre dar oportunidade e descaracterizar o time. A ideia é manter os atletas nas funções nos clubes. Isso dá a rotina do lugar, a sensação de confiança. Colocar sua individualidade, montar estrutura que ela possa ter bom desempenho, conexões que possam ter", observou o treinador.