Nova investida da Toyota, o Corolla Cross começa a ser produzido no Brasil como o modelo da marca que chegará a mais consumidores da região. O utilitário-esportivo (SUV) será exportado para 22 países da América Latina e Caribe. A versão sedã, em produção desde 1998, tem exportações apenas para cinco países – Argentina, Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai.
Com mais mercados para atender, o presidente da Toyota para América Latina, Masahiro Inoue, vê o novo carro como estratégico para a marca, mas avalia serem necessárias medidas para que o produto nacional seja mais competitivo.
"Nosso sonho é exportar para outros países além da região, mas para atravessar o oceano temos de pagar o custo logístico local, o que não é fácil", diz Inoue. "Por isso trabalhamos com fornecedores e governos para quebrar o custo Brasil."
Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil, acrescenta que a falta de competitividade não é só da Toyota, mas de todo o setor industrial. Ele lembra que outros países com os quais o Brasil compete, como México e Tailândia, trabalham, por exemplo, no desenvolvimento de novas tecnologias de veículos mais limpos, como os elétricos.
"Será que no Brasil teremos uma política industrial para promover os carros mais limpos? A cadeia de fornecedores está pronta para isso"?, questiona Chang. Segundo ele, para traçar um plano mais longo de investimentos é preciso também estabilidade cambial e reforma tributária, entre outras medidas.
Ainda assim, o grupo espera exportar 30% da produção prevista para este ano, de 170 mil veículos, 30% acima de 2020.
Embora o Corolla sedã seja feito em Indaiatuba (SP), a Toyota preferiu produzir a versão SUV na unidade de Sorocaba, onde são feitos Etios e Yaris. Para dar espaço ao novato, que também terá opção híbrida flex, a empresa deixará de vender o compacto Etios no mercado brasileiro a partir de abril, mantendo uma pequena produção para atender alguns países da região.
Segundo a Toyota, o ajuste foi necessário para a chegada do novo SUV. A ação, contudo, mostra que a maca japonesa segue a estratégia de outras fabricantes que estão abandonando a produção de carros compactos mais simples para focar em modelos mais rentáveis e mais caros.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>