O governo metropolitano de Tóquio decidiu tirar a primeira parte do revezamento da tocha olímpica dos Jogos de Tóquio-2020 na capital do Japão das vias públicas. O motivo, preocupante, é que a quantidade de infecções do novo coronavírus, especialmente com a variante Delta (indiana), dá sinais de estar disparando novamente na região.
O revezamento, que começa em 9 de julho em Tóquio, acontecerá principalmente em cerimônias sem a presença de público durante os oito primeiros dias de sua passagem pela capital japonesa para obedecer as medidas de luta contra a covid-19, de acordo com Koichi Osakabe, funcionário do governo da cidade. Os Jogos Olímpicos acontecerão de 23 de julho a 8 de agosto.
"Nós teremos uma cerimônia a cada dia no local em que terminar o revezamento (previsto) da jornada", explicou, antes de acrescentar que quase 100 corredores por dia serão afetados pela mudança no programa. As alterações afetam sobretudo os trechos do revezamento situados fora dos 23 distritos centrais de Tóquio. Uma decisão será tomada em breve sobre as etapas nas zonas centrais mais densamente habitadas da cidade.
O Japão não sofreu os surtos de vírus explosivos vistos em outras partes do mundo, mas só recentemente emergiu de uma quarta onda de infecções. Um declínio no ritmo de surgimento de casos novos e uma aceleração na vacinação levaram as autoridades a amenizar um estado de emergência em Tóquio e outros oito municípios no último dia 20.
Mas com a aproximação da Olimpíada, especialistas temem um novo aumento de casos em Tóquio e a disseminação de variantes mais altamente transmissíveis. Os Jogos também enfrentam a resistência de uma parcela substancial do público.
A pouco mais de três semanas da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, a sombra da pandemia afeta o grande evento esportivo mundial. Dois membros da delegação olímpica de Uganda testaram positivo para covid-19 em sua chegada a Tóquio este mês, o que provocou a adoção de normas ainda mais rígidas para as equipes que desembarcam no Japão.