O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, saiu nesta quinta-feira, 28, em defesa da proposta lançada pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, de adotar uma margem de flutuação das metas fiscais. Logo após a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Trabuco disse que a sugestão é uma “alternativa” para a gestão fiscal do governo. A discussão sobre a banda foi antecipada pela coluna LUPA, publicada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado e pelo Estadão.com.
“As bandas fiscais dão uma elasticidade na transição”, disse Trabuco. Questionado se a medida não seria uma flexibilização do ajuste fiscal, ele negou. “Ao contrário, ela significa estabelecer limites”, completou.
Em entrevista, Trabuco repetiu que a recessão não é desejável porque compromete a todos, governo, empresariado e trabalhadores. Ele evitou responder se o risco de impeachment da presidente Dilma Rousseff, anfitriã do encontro do Conselhão, diminuiu. “Não tenho condições de avaliar, mas em termos de Brasil o que importa hoje é terminar com a recessão”, disse.
O presidente do Bradesco afirmou ser necessário aumentar a taxa de investimento no País, destacando a necessidade de retomar a confiança. “As políticas indicativas (de investimentos) estão voltadas para uma retomada, temos que parar de piorar”, disse, ao afirmar ser necessário “virar este jogo”.
Trabuco revelou ter trazido duas propostas para discussão na reunião, uma de governança orçamentária e outra de reforma da Previdência, último ponto que tem impactos para os gastos públicos. Ele disse que o retorno da CPMF é uma das possibilidades, mas considera que ela deve ser transitória porque a carga tributária é elevada.
“O desequilíbrio orçamentário e fiscal é a maior razão do elevado Risco Brasil”, afirmou, citando a elevação recente do indicador.