A demanda doméstica por passagens aéreas cresceu 1,03% em maio deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo levantamento divulgado na manhã desta quinta-feira, 25, pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que reúne os dados das principais companhias aéreas brasileiras (TAM, Gol, Azul e Avianca). Com isso, no acumulado do ano, a demanda registra alta de 4,17%.
A oferta também apresentou expansão no mês passado, de 1,5% em relação ao mesmo período de 2014. Com isso, a taxa de ocupação teve queda de 0,4 ponto porcentual (p.p.), para 78,21%. Nos cinco primeiros meses do ano, a capacidade teve expansão de 2,9%, levando a taxa de ocupação a avançar 0,98 p.p., para 80,41%.
No total, as empresas aéreas brasileiras embarcaram em maio 7,862 milhões de passageiros, o que corresponde a um aumento de 3,27% ante mesma etapa do ano anterior. No ano, o volume transportado alcança 39,94 milhões de passageiros, alta de 3,77%.
O consultor técnico da Abear Maurício Emboaba, destacou que houve mais uma vez desaceleração da demanda, o que levou à redução nas taxas de ocupação, embora ainda estejam na faixa de 80%. “Isso indica amadurecimento da indústria”, disse. Ele explica que o crescimento do número de passageiros observado está relacionado a promoções no valor das passagens, que, no entanto, se refletem em uma menor rentabilidade.
O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, disse que os preços das passagens aéreas no mercado doméstico estão 20% a 21% menores do que no mesmo período do ano passado. “Somando isso ao cenário, este mês de maio comprovou o que era nosso sentimento nos meses anteriores”, disse, referindo-se ao fato de que representantes do setor já sinalizavam a tendência de piora do cenário setorial.
Ele destacou também a queda no volume de carga transportada, que foi de 7% em maio, ante igual etapa do ano passado e considerou que, em se mantendo o cenário atual, a luta das companhias do setor será para manter o desempenho estável. “A boa noticia é se conseguirmos manter negócio estável. A competência e a criatividade das nossas empresas em abrir novos mercados ou criar novos nichos é que vai determinar o resultado de cada uma, somado à gestão de custos”, disse.
Ele salientou, porém, que para este ano prevê estabilidade na demanda. “Não prevejo diminuição”, disse, dizendo que seria possível realizar os ajustes necessários para evitar uma queda. “Nos próximos 60 dias, cada empresa, dentro do seu modelo de negócios, vai fazer os ajustes para manter a estabilidade no ano”, acrescentou, evitando, porém, antecipar se a expectativa seria de cortes na capacidade.
Em termos de participação de mercado, medida pela demanda por RPK (passageiro-quilômetro transportado), a Gol voltou a aparecer na liderança em maio, com 36,87%, superando a TAM, com 36,46%. Em seguida vem a Azul, com 17,15%, e Avianca, com 9,52%.
Internacional
No mercado internacional, a demanda cresceu 14% em maio frente ao mesmo mês do ano passado. Já a oferta foi ampliada 14,6%, levando a taxa de ocupação a baixar 0,4 ponto porcentual, para 82,6%.
No segmento, a TAM ficou com 80,25% do mercado, enquanto a Gol ficou com 12,1%. Azul chegou a 7,59%, enquanto a Avianca teve participação inferior a 1%. No segmento, as empresas brasileiras embarcaram juntas 575 passageiros em maio, alta de 16,48%.