O traficante Luís Cláudio Machado, o Marreta, apontado como um dos líderes do Comando Vermelho, foi preso nesta terça-feira em Assunção, no Paraguai. Marreta é acusado de ter ordenado ataques a sedes de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e de estar à frente de guerras entre facções criminosas. Ele foi preso em ação conjunta da Secretaria de Segurança do Rio e da Polícia Federal.
De acordo com os agentes que participaram da operação, o traficante coordenava do Paraguai a atuação do Comando Vermelho e a distribuição de armas e drogas para favelas dominadas pela facção. O criminoso foi localizado em uma casa de luxo no bairro de Ykua Sati, na cidade de Assunção, após quatro dias de diligências. Ele tentou fugir, pulando do segundo andar da casa e o muro divisório de mais de dois metros de altura nos fundos do imóvel. Foi preso enquanto tentava se esconder em uma casa vizinha. Durante a fuga, Marreta feriu os pés e recebeu atendimento médico no local.
Na casa usada pelo traficante havia duas mulheres e uma criança, que estão sendo identificadas pelo Setor de Imigração paraguaio. Policiais informaram ter encontrado um cofre com dólares, reais e guaranis, mas o valor apreendido não foi revelado. O traficante será transferido para o Rio de Janeiro assim que forem cumpridos os trâmites com o governo do Paraguai.
Marreta é conhecido pelo perfil violento e acusado de ter liderado guerras entre facções nos últimos anos, nas zonas norte e oeste. Ele é citado no inquérito que apurou uma invasão ao Morro dos Macacos, em 2009, em que um helicóptero da Polícia Militar foi derrubado, matando dois policiais. O traficante fugiu do Instituto Penal Vicente Piragibe em fevereiro de 2013, quando escapou por um túnel ligado à tubulação de esgoto do presídio. Se instalou no Complexo do Lins, onde comandou o tráfico de drogas até a instalação da UPP, em novembro do ano passado. O Disque Denúncia havia oferecido recompensa de R$ 5 mil por informações sobre seu paradeiro.
Tráfico – Pela manhã, treze pessoas foram presas na Operação Sob Medida, da Polícia Civil, na capital e em duas cidades da região metropolitana – outras dez pessoas já tinham sido presas ao longo da investigação, que durou oito meses. A ação contra o tráfico de drogas tinha o objetivo de cumprir 34 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão. O objetivo era desarticular a ação de mulheres que entravam com drogas no Instituto Penal Vicente Piragibe, no Complexo Jericinó (Bangu).
O delegado Jose Luiz Duarte, coordenou a operação, afirmou que a organização buscava aliciar mulheres, que ganhavam entre R$ 500 e R$ 800 a cada envio de droga para presídio. “Existia uma integrante da quadrilha, a Tia Katia, que tinha o molde com a capacidade que cada mulher suportaria carregar dentro dela. Eram tubos envolvidos em fita isolante ou crepe, e faziam testes para saber o quanto cada mulher aguentaria. Em média poderia chegar a 150 gramas cada cápsula. Elas levavam drogas até 2 vezes por semana para o presídio”, disse o delegado, ressaltando que o valor para levar a cocaína era 50% maior do que para transportar maconha. Os presos vão responder por tráfico de drogas e associação ao tráfico, com pena agravada por ser dentro de unidade prisional.