Tráfego marítimo volta ao normal no Canal de Suez

A Autoridade do Canal de Suez (SCA, da sigla em inglês) informou neste sábado, 3, que conseguiu normalizar o tráfego no local, eliminando o congestionamento que havia se formado nos últimos dias, devido ao acidente com o navio Ever Given, que bloqueou o acesso a uma das principais hidrovias do complexo.

Segundo a autoridade, desde que o cargueiro encalhou, em 23 de março, mais de 400 embarcações estavam esperando nas extremidades norte e sul da hidrovia de 120 milhas (cerca de 193 quilômetros). Agora, com a liberação desses navios, o canal retomou seu ritmo normal de operação.

O acidente provocou a paralisação da hidrovia e trouxe dificuldades para as linhas de abastecimento global nos últimos 12 dias. A liberação do Ever Given aconteceu apenas em 29 de março, quando uma maré alta de primavera ajudou a soltar o navio.

A autoridade local disse que 85 embarcações cruzaram a infraestrutura neste sábado, quase o dobro da média entre 40 e 50 navios diários.

Para ajudar a limpar o acúmulo, os navios parecem ter viajado mais rápido pelo canal. De acordo com a Autoridade do Canal de Suez, a velocidade máxima permitida é entre 7,6 e 8,6 nós, mas o site de rastreamento de navios Marine Traffic mostrou que muitos dos navios estavam viajando em torno de 8 e 10 nós nos últimos dias.

Inaugurado em 1869, o Canal de Suez conecta o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho e facilita o comércio entre a Europa e a Ásia. A hidrovia transporta até 13% do comércio marítimo global e 10% dos embarques de petróleo por via marítima. Cerca de US$ 400 milhões em carga normalmente fluem pelo canal a cada hora, de acordo com a empresa de análise de dados dos Estados Unidos, Dun & Bradstreet.

Algumas embarcações que esperavam para passar pelo canal já haviam desistido e começado a rota mais longa para a Europa em torno do Cabo da Boa Esperança, no sul da África, adicionando duas semanas às suas viagens.

O foco agora se voltará para uma investigação sobre como o Ever Given aterrou. Os investigadores ainda estão determinando exatamente o que aconteceu, dizendo que uma forte tempestade e ventos fortes podem ter sido um fator.

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