Três siglas confirmam candidatos em SP

No primeiro dia de convenções partidárias, três legendas confirmaram nesta segunda-feira, 31, seus candidatos à eleição municipal de São Paulo. Numa reunião que só foi anunciada no dia anterior, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL) criticou até o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), seu aliado político e amigo pessoal. Embora o governador tucano não tenha sido citado diretamente, o evento de lançamento do ex-ministro Andrea Matarazzo (PSD) teve discursos que lembraram que, se eleito, o candidato não deve sair no meio do mandato para tentar outro cargo. Eleito em 2016, Doria deixou o posto há dois anos.

A terceira convenção de ontem foi do PRTB, que confirmou Levy Fidelix como candidato. Concorrendo pela quinta vez à capital paulista, Fidelix aposta na atuação do vice-presidente Hamilton Mourão, do seu partido, como cabo eleitoral. Mourão não compareceu à convenção do partido.

A candidata do PSL surpreendeu ao criticar publicamente o governador Doria. "João Doria não foi prefeito. Ele só deu uma passadinha. Foi mais marqueteiro do que prefeito e deixou uma nulidade que é o Bruno Covas", afirmou.

Doria não foi o único alvo de Joice na entrevista coletiva que deu após a convenção do seu partido, que aconteceu de forma virtual. Sobre o eventual retorno do presidente Jair Bolsonaro ao PSL, possibilidade discutida nos círculos bolsonaristas, a deputada condicionou a reaproximação a um pedido público de desculpas. "Por que o presidente Bolsonaro quer voltar ao PSL? Qual a intenção? É para construir ou para destruir? É para fazer uma intervenção inquisidora? Se for para isso, que fique onde está. Se ele vier para construir, que peça desculpas públicas a quem ele tentou destruir. Não adianta pedir desculpa no privado".

Joice também mirou os filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro. "Não quero sentar ao lado de alguém que fez "rachadinha", que é eufemismo para corrupção", afirmou.

A convenção do PSL foi a primeira da capital paulista e aconteceu de forma virtual. O evento só foi divulgado no fim de semana e pegou de surpresa até aliados da parlamentar.

<b>Vice</b>

Deputada federal mais votada, a jornalista obteve 1.078.659 votos por São Paulo, ficando atrás apenas de Eduardo Bolsonaro, que fez 1.843.715. Sobre seu candidato a vice, Joice disse que está dividida entre nomes, todos do PSL: o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança, o empresário Ivan Sayeg Leão e Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal de Bolsonaro.

Matarazzo já foi à convenção com o nome da vice escalado: a deputada estadual Marta Costa (PSD),que foi vereadora por três mandatos tendo como base o eleitorado da Assembleia de Deus. Seu nome é um aceno ao eleitorado conservador que Matarazzo também buscará na eleição. Em seu discurso, Marta citou Deus e a Bíblia por duas vezes. "A Bíblia diz que, quando o justo governa, o povo se alegra. Mas quando o ímpio (cruel) governa, o povo geme".

Presidente do PSD, Gilberto Kassab falou por duas vezes na convenção, que foi transmitida pela internet por causa da pandemia do coronavírus, e saiu antes que os jornalistas fizessem perguntas. Ele está afastado da Secretaria Estadual da Casa Civil do governo estadual desde janeiro do ano passado após ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal, acusado de ter recebido propinas da J&F entre 2010 e 2016, quando era prefeito. Ele nega as acusações.

Ao atender jornalistas depois da convenção, Matarazzo disse que as acusações contra o ex-prefeito não serão um problema para sua campanha. "Conheço o Kassab há 50 anos." No discurso que o oficializou candidato, citou o combate à corrupção como uma das ações prioritárias. A campanha também deve destacar que Matarazzo conhece particularidades de diversos bairros da cidade.

Ao falar com os correligionários, que participaram da convenção pela internet, Kassab prometeu aos eleitos que, se quiserem, terão apoio da legenda para, já em 2022, se lançarem deputados federais.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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