Opinião

Trânsito nosso de todo dia

Até quando o motorista guarulhense vai esperar para conseguir trafegar de um bairro a outro sem precisar ficar um tempo absurdo parado nas ruas e avenidas sempre congestionadas desta cidade, nos mais variados horários do dia ou da noite? Os responsáveis pelo transporte e trânsito da cidade já têm um discurso pronto, sempre apontando para a necessidade de grandes investimentos para dar maior fluidez ao tráfego em médio e longo prazo.   Porém, medidas – por mais paliativas que possam ser a fim de minimizar o drama da população, tanto à bordo de carros particulares como usuários do transporte coletivo – não são adotadas. Entra secretário municipal de Transportes e Trânsito, sai secretário, e os erros se repetem.


Na semana passada, o prefeito Sebastião Almeida (PT), enfim, reconheceu que o Trevo de Bonsucesso, remodelado há apenas sete anos pelo ex-prefeito Elói Pietá, já está saturado e precisa ser refeito. Será que não era possível perceber isso na década passada, quando milhões de reais de dinheiro público foram despejadas numa obra que nasceu fadada ao fracasso? Agora, o município terá obrigatoriamente que voltar a gastar em algo que já deveria ter sido resolvido, caso houvesse seriedade na aplicação de recursos públicos e planejamento urbano.


O Viaduto Cidade de Guarulhos, outra obra grandiosa do ex-prefeito, também se caracteriza como um grande elefante branco que pouco ajudou a melhorar o trânsito da cidade. Guarulhos segue sem acessos ou alternativas à rodovia Presidente Dutra. Na segunda-feira pela manhã, bastou mais um acidente que parou a estrada federal, para que as ruas paralelas, desde a região da Fernão Dias, passando pelo Centro, até o Cecap, travassem.


Sem opções, o motorista foge para dentro da cidade em busca de algum caminho. Pela manhã, quem quer sair da região central, pela avenida Anielo Pratici, fica dezenas de minutos parados para tentar conseguir chegar à Dutra. Trava tudo, sem que apareça um agente de trânsito sequer para tentar dar maior fluidez. É o velho cada um por si que prevalece. O tempo do semáforo na esquina da Tiradentes com a Paulo Faccini não leva em consideração o verdadeiro movimento das duas avenidas, gerando congestionamentos exagerados. Bastava ali um pouco de bom senso para equilibrar a temporização e tudo ficaria mais fácil. Mas não. Nada se faz. Parece até que a STT existe apenas para multar. Nisso, conforme mostra a arrecadação, eles são imbatíveis.

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