O líder da missão internacional conjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da China contra o coronavírus, Bruce Aylward, disse nesta terça-feira que os casos de infecção pelo vírus no país asiático estão desacelerando. "Vimos um crescimento exponencial de novos casos, que atingiu um platô estabilidade e vem caindo consistentemente desde fevereiro", afirmou o especialista durante uma coletiva de imprensa da OMS, ao exibir um gráfico que mostrava a queda no número de novas ocorrências na China.
Aylward e outros 12 especialistas da OMS visitaram a China na semana passada para estudar as medidas de contenção do país. Ele elogiou os processos de quarentena e isolamento tomadas pelo país asiático e classificou as ações como responsáveis pela queda no número de casos.
"Se eu for contaminado com o coronavírus, quero ser tratado na China", disse Aylward, em tom de brincadeira. De acordo com o especialista, a falta de uma vacina contra o coronavírus torna o modelo chinês de contenção uma referência a ser seguida por outros países. Ele avalia que a "mudança de pensamento" pode ser o maior desafio de outros países na contenção do novo vírus.
"Aceitar quarentena onde é necessário, isolamento rápido, são desafios para as pessoas. Estamos preparados para isolar um número grande de pessoas?", questionou. "Você precisa de leitos de hospitais para isolar pessoas, você precisa de ventilação mecânica, você precisa de testes, você precisa de tomografias computadorizadas. Quantos países estão preparados para isso?", completou.
Segundo Aylward, os dados obtidos pela missão mostram que a transmissão assintomática do coronavírus parece responder por uma parcela muito pequena do total de casos. Por isso, não há evidências de que o número de casos seja superior ao que foi relatado até agora na China.
Até agora, os números indicam que a maior parte dos novos casos é leve, com sintomas de náusea e febre leve. Desses, cerca de 15% progridem para casos severos, com algum tipo de pneumonia. Dos severos, entre 15% e 20% evoluem para quadros críticos, quando há insuficiência respiratória e o risco de morte é maior.