Esportes

Treinador-chefe da seleção masculina de ginástica é mais um a deixar o Brasil

A debandada do Brasil de técnicos de alto rendimento depois dos Jogos Olímpicos do Rio continua. Depois de quase uma dezena de estrangeiros não terem seus contratos renovados, agora quem vai deixar o País é Renato Araújo, treinador-chefe da seleção brasileira masculina de ginástica artística que conquistou três medalhas no Rio-2016. Ele trabalhava na equipe há 15 anos.

Em entrevista à Agência Estado nesta segunda-feira, o treinador pessoal de Caio Souza e Sergio Sasaki revelou que aguarda apenas o visto de trabalho para se mudar de mala e cuia para o Canadá, terra da namorada. Ele já informou os atletas da seleção e também o Comitê Olímpico do Brasil (COB), que era quem o empregava.

“Minha namorada é de lá, e ficava isso de eu ir para lá, ela vir para cá. Essa mudança foi programada para ser depois da Olimpíada. Os mais próximos a mim, como o Sasaki, acompanharam o processo. Eles sabiam da minha ideia de sair. O Jorge Bichara (gerente de performance do COB) também sabia, nunca escondi de ninguém”, contou.

Renato estava na seleção brasileira adulta desde 2001 e, no Flamengo, ajudou a lapidar Diego Hypolito e Sergio Sasaki, entre outros. Demitido do clube em 2013 junto com os atletas, seguiu treinando eles até assumir como treinador-chefe do Brasil no ano passado.

Na seleção, dividia as decisões com os técnicos individuais de cada atleta. A tendência é que, com a saída dele, quem assuma a função de chefe seja Cristiano Albino, do Pinheiros, que trabalha com Francisco Barretto e Arthur Nory Mariano e auxiliava Renato.

Antes dele, a seleção já havia perdido Alexandre Carvalho, que se tornou técnico pessoal de Diego Hypolito em São Bernardo do Campo (SP) e que, na véspera da Olimpíada, foi afastado após ser acusado de abuso sexual em caso que corre sobre segredo de Justiça no ABC. Diego, desde então, é treinado por Marcos Goto, que formou e segue como técnico de Arthur Zanetti. Também auxiliava Renato na seleção.

“De alguma forma eu deixei alguma coisa para ser continuada. Deixei um legado. Tem outros grandes técnicos no Brasil e eles vão dar essa continuidade no trabalho que vinha sendo feito. A gente teve três anos seguidos como finalista de Mundial e Olimpíada por equipes, medalhas”, lembrou.

MAIS PERDAS – Quem também vai para o Canadá é Ricardo Pereira, técnico da equipe feminina do Flamengo, que tem Flávia Saraiva, Rebeca Andrade e Jade Barbosa. Ele foi assistente do russo Alexander Alexandrov, treinador-chefe da seleção feminina na preparação para a Olimpíada. Alexandrov, que estava no País desde 2013, também já se despediu.

A debandada, porém, não é só na ginástica. Foram embora o argentino Rubén Magnano (basquete masculino), o espanhol Jordi Ribera (handebol masculino), o italiano Ettore Ivaldi (canoagem slalom), o croata Ratko Rudic (polo aquático masculino) e o norte-americano George Morris (hipismo saltos), entre outros.

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