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Treinar, treinar e treinar

Um dos efeitos da economia aquecida é a geração crescente de empregos o que é ótimo para o Brasil, mas que vem causando o aumento da escassez de mão de obra qualificada.


Na construção civil, é recorrente o assunto da falta de vários profissionais como carpinteiros, colocadores de revestimentos, pintores, pedreiros, entre outros. Desde o brusco aumento do número de unidades habitacionais, estes profissionais sumiram do mercado e se valorizaram muito nos últimos anos. Para se ter uma idéia, no dissídio deste ano, o reajuste salarial da categoria foi de 9,75%, um dos maiores concedidos entre todas as categorias profissionais.


O segmento da construção civil demanda muita mão de obra, sendo um ótimo exemplo para comprovar que é possível aplicar métodos de treinamento para rapidamente qualificar profissionais, diminuindo a carência das grandes construtoras. O cenário é promissor para os próximos anos devido ao início das obras de infraestrutura para a Copa do Mundo, o que aumenta a preocupação das empresas com a qualidade de suas obras. Além disso, é necessário treinar os empregados no acesso e no uso adequado das novas tecnologias que hoje são aplicadas também na construção civil.


Em um mercado de mudanças rápidas como o nosso, os profissionais deixam de ser especialistas para atuarem em áreas novas, transformando-se em generalistas. Não é mais possível um engenheiro civil atuar na construção, sem se envolver na administração da obra, na negociação da entrega de um item crítico, na gestão dos equipamentos mais adequados, ou na pesquisa de novos materiais que poderão ser utilizados.


Por outro lado, é preciso treinar os generalistas para que absorvam as informações relevantes, de modo a alcançarem a adequada formação profissional. Os generalistas normalmente sabem um pouco de tudo, mas não sabem tudo o que precisam. Para superar conhecimentos superficiais, somente aliando o interesse do profissional em aprender aos cursos de capacitação de boa qualidade.


Em vários segmentos profissionais estão sofrendo com a falta de mão de obra qualificada. As entidades do sistema “S” (Sesi, Senac, Senai, Sebrae) estão abrindo mais oportunidades para formação técnico-profissional, muitas delas oferecem bolsas de estudos.


Para o Brasil atingir a excelência técnica que desejamos, precisamos treinar mais nossos profissionais.


 


Wilson Lourenço 


Vice-Presidente da RA-3 da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp)

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