A concessionária CCR Rio-SP ignora os compromissos firmados com Guarulhos e com o atual governador Tarcísio de Freitas, quando venceu a concorrência para administrar a rodovia Presidente Dutra, em 2022. Na ocasião, apesar do contrato prever a conclusão das marginais no trecho que compreende o Trevo de Bonsucesso até 2025, a empresa se comprometeu em reuniões com o prefeito de Guarulhos, Guti, e com o então ministro da Infraestrutura e candidato ao governo de São Paulo, que adiantaria os serviços que seriam concluídos até o final de 2023.
Em 29 de março de 2022, inclusive, em evento realizado no Ciesp Guarulhos, Tarcísio, ainda como ministro, ao lado da presidente da CCR-RioSP, Carla Fornasaro, anunciou que antecipariam o início das obras para aquele ano, para atender ao pedido do prefeito Guti e do deputado federal Cesinha de Madureira. Na ocasião, a presidente da concessionária não negou a informação.
Em julho, representantes do Ciesp foram à sede da CCR em Arujá. Mais uma vez as obras das marginais entraram em pauta. Na ocasião, Carla Fornasaro repetiu que o calendário seria adiantado e que as obras teriam início até fevereiro deste ano.
Passado um ano dos compromissos firmados, apesar de ter colocados placas na região informando o início das obras e começado a retirada de árvores naquele trecho ainda em 2022, nesta sexta-feira informou oficialmente que cumprirá o contrato. “Sobre o seu questionamento, a concessionária informa que todas as obras de ampliação de capacidade de tráfego da Via Dutra, em Guarulhos, têm previsão de entrega em 2025, conforme o contrato de concessão”, respondeu ao GuarulhosWeb a assessoria de Comunicação da CCR RioSP.
O GuarulhosWeb questionou o governador Tarcísio de Freitas, mas não obteve resposta até o momento.
As obras das marginais da rodovia Dutra, entre o Posto Sakamoto e o Jardim Aracília, são necessárias para garantir a saída do Trevo de Bonsucesso no sentido de São Paulo. A finalização do Trevo, de responsabilidade da Prefeitura de Guarulhos, está praticamente concluída. Porém, sem o acesso à Dutra, a liberação do último viaduto, que está concluído, fica sem sentido.
A atual gestão pegou o Trevo de Bonsucesso em 2017 com menos de 40% das obras concluídas. Faltava até mesmo desapropriações para dar sequência ao contrato. Passados seis anos e meio, tudo que depende da Prefeitura foi finalizado, mas a liberação do complexo não é possível porque não há acesso à rodovia, já que ainda falta a construção da marginal, que é de responsabilidade da CCR Rio-São Paulo, conforme determina o contrato de concessão.