O tráfego de passageiros aéreos na América Latina deve dobrar nas próximas duas décadas, passando de 0,44 viagens anuais per capita em 2019 para 0,87 em 2042. Seguindo a mesma tendência, o Brasil pode chegar a cerca de uma viagem por ano por habitante no período, de acordo com a Airbus.
"Estamos muito otimistas com o crescimento do mercado brasileiro, que será um dos responsáveis por impulsionar o setor na região", afirma o CEO da Airbus para a América Latina, Arturo Barreira.
Segundo a Airbus, as viagens na região serão impulsionadas pelo crescimento da classe média de 400 milhões para 490 milhões de pessoas em 2042, representando 67% da população da América Latina e do Caribe.
A forte atuação de empresas <i>low-cost</i> é outro fator positivo, considerando a ampliação do acesso a viagens aéreas.
A expectativa é que essas companhias ofereçam 50% dos assentos domésticos na América Latina. Brasil e México devem ser os maiores mercados para as aéreas de baixo custo na região, ainda de acordo com a Airbus.
<b>Frota</b>
No geral, o tráfego deve crescer 2,2% nos próximos 20 anos na região, o que equivale a 2.390 novos aviões de passageiros e carga. Do total, 92% serão aeronaves de corredor único, consolidando o uso desse tipo de avião no mercado latino-americano.
A frota em serviço na América Latina também irá praticamente dobrar. A expectativa da Airbus é que o número de aeronaves em operação chegue a 2.630 daqui a 20 anos, enquanto o número atual é de 1.140.
A Airbus já vendeu mais de 1.150 aviões para América Latina e Caribe, com 750 em operação atualmente. A fabricante conta com uma carteira de pedidos de 520 aeronaves. Desde 1994, a empresa recebeu 75% dos pedidos vindos da região.
<i>*A repórter viajou a convite da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta).</i>