Depois de quase 47 anos, o Tribunal de Apelações Criminais do Texas, nos Estados Unidos, inocentou Kerry Max Cook do assassinato de Linda Jo Edwards em 1977, crime pelo qual passou quase 20 anos no corredor da morte. O caso teve três julgamentos e vários recursos, inclusive para a Suprema Corte dos EUA. As informações são da <i>CNN</i>.
De acordo com a emissora americana, Cook, hoje com 68 anos, foi acusado de estupro, assassinato e mutilação de Edwards, de 21 anos, na cidade de Tyler, no Texas. Ela foi encontrada em seu quarto por sua colega de dormitório, Paula Rudolph. Na época, um conjunto de impressões digitais na porta de Edwards correspondia a Cook, que morava no mesmo complexo de apartamentos da vítima, se tornando o principal suspeito. No entanto, análises científicas e depoimentos de especialistas desmentiram a alegação de que as impressões digitais encontradas na porta do quarto eram "frescas", apontou a <i>CNN</i>.
Cook foi condenado à morte em seu primeiro julgamento, realizado em 1979, mas sua condenação foi posteriormente anulada em recurso. Já o seu segundo julgamento, em 1992, terminou em anulação e o júri não conseguiu chegar a um veredicto unânime. Um terceiro julgamento em 1994 terminou com uma nova condenação e sentença de morte. O Tribunal de Apelações Criminais do Texas reverteu o segundo veredicto em 1996, declarando má conduta da polícia e dos promotores.
Em 1999, os resultados dos testes de DNA nas roupas íntimas de Edwards confirmou que não correspondiam as impressões de Cook. No entanto, Edward Scott Jackson, um presidiário da Cadeia do Condado de Smith e a principal testemunha no primeiro julgamento de Cook, testemunhou que Cook disse a ele que havia matado Edwards. Mais tarde, ele retratou seu testemunho, admitindo que mentiu em troca de uma pena reduzida.
"Este caso está repleto de alegações de má conduta do Estado que justificam a anulação da condenação do Requerente", escreveu o juiz Bert Richardson no parecer do tribunal, que afirmava que as provas favoráveis a Cook foram retidas e que algumas das provas apresentadas no seu primeiro julgamento em 1978 mais tarde foram identificadas como falsas. A <i>CNN</i> entrou em contato com o gabinete do promotor distrital do condado de Smith, Jacob Putman, que assumiu o cargo em 2019, para comentar o caso. A decisão do tribunal de apelações observou que não responsabilizou os atuais promotores "de forma alguma pelos eventos passados neste caso".