Um tribunal egípcio revogou neste sábado a decisão de considerar o grupo palestino Hamas uma organização terrorista. A Corte de Apelações de Assuntos Urgentes citou a falta de competência como razão para anular a decisão anterior.
O porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri, disse que a revogação “terá consequências positivas no relacionamento entre o Hamas e o Egito”.
A inclusão do grupo na lista de organizações terroristas, em fevereiro, havia isolado ainda mais o Hamas, que no passado encontrou apoio aberto no Egito, quando o país era governado pelo presidente islamita Mohammed Morsi. O novo governo egípcio recentemente começou a limpar a área ao longo de sua fronteira com a Faixa de Gaza, em uma tentativa de destruir uma rede transfronteiriça de túneis que o Hamas considera uma corda de salvamento.
Nos últimos meses, o Egito tem se mostrado cada vez mais hostil ao Hamas. O grupo, fundado em Gaza em 1987 como um desdobramento da Irmandade Muçulmana na região, enfrenta uma crise de liquidez crescente e ainda tem o desafio de colocar em prática uma estratégia para tirar Gaza de sua situação cada vez mais difícil.
Não houve reação imediata do governo à decisão do tribunal.
Em janeiro, um outro tribunal egípcio havia proibido a ala militar do Hamas, o Izzedine al-Qassam, e o considerado uma organização terrorista. Em 2014, uma decisão semelhante no mesmo tribunal proibiu todas as atividades Hamas no Egito e ordenou o fechamento de quaisquer escritórios do grupo, embora a ordem aparentemente nunca se concretizou. Não ficou imediatamente claro como ou se a decisão deste sábado afeta essas decisões anteriores.
Fonte: Associated Press