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Tricampeão, Hamilton confirma título alcançando marcas do ídolo Senna

Com o tricampeonato conquistado neste domingo, no GP dos Estados Unidos, Lewis Hamilton coroou uma brilhante temporada na qual alcançou ou até mesmo superou marcas históricas do seu ídolo Ayrton Senna, de quem se considera quase um discípulo no mundo da Fórmula 1.

O feito mais importante, claro, foi igualar o número de títulos do brasileiro. “É como se fosse um sonho muito maluco. É simplesmente sensacional”, dissera o inglês, em entrevista recente, ao projetar a possibilidade de atingir as marcas de Senna, falecido em 1994.

O número de títulos agora está empatado. Mas as vitórias já ficaram para trás. Ele soma 42, contra as 41 obtidas por Senna ao longo de sua vitoriosa carreira na F1. Por muito pouco, Hamilton não alcançou uma improvável coincidência nesta marca. Ele teve a oportunidade de empatar com o brasileiro no número de vitórias (41) e no número de corridas completadas na categoria (161) no mesmo GP, em Cingapura. O inglês, contudo, abandonou a prova e desperdiçou a chance de coincidir todos os números.

Na corrida seguinte, no Japão, outro dado notável. Hamilton enfim venceu, atingiu as 41 vitórias em Suzuka, justamente no palco em que Senna conquistou seus três títulos (1988, 1990 e 1991). Na disputa geral, o inglês empata em 42 com o alemão Sebastian Vettel. Ambos estão atrás das 51 do francês Alain Prost e das quase inalcançáveis 91 do alemão Michael Schumacher.

Também nesta temporada Hamilton ultrapassou Senna no aproveitamento geral. Com 42 triunfos em 163 corridas, exibe rendimento de 25,77%. Senna obteve 25,31%, com 41 vitórias em 162 provas em que largou. Em outro momento em que o fã superou o ídolo, Hamilton chegou aos 83 pódios neste ano, contra 80 do brasileiro.

Em 2014, o inglês já havia desbancado Senna em número de vitórias consecutivas em apenas uma temporada. Foram cinco do piloto da Mercedes no ano passado. O brasileiro emplacara quatro triunfos seguidos em dois anos diferentes: 1988 e 1991.

Neste ano, Hamilton empatou com Senna nos triunfos conquistados de ponta a ponta, a partir da pole position. São sete para cada. O inglês, contudo, pode superar este número ainda neste ano nas três etapas restantes do campeonato, no México, no Brasil e em Abu Dabi.

Mas não será neste ano, e talvez nem em 2016, que Hamilton ultrapassará Senna no quesito pole position. O brasileiro segue sendo um dos recordistas, com 65, atrás apenas das 68 de Schumacher. O piloto da Mercedes é o terceiro colocado nesta lista, com 49 poles. Senna também deixa o inglês para trás quando o assunto é pole e vitória na mesma prova: 29 contra 25.

Apesar das marcas cada vez mais grandiosas, Hamilton mantém a humildade e a reverência ao ídolo, a quem aprendeu a admirar aos 5 anos de idade. “Eu estava com meu pai assistindo a uma corrida do sofá. Gostei do jeito como ele pilotava. Havia um certo brilho nos olhos dele. Ele sabia que iria vencer, sabia que era o melhor”, afirmara o inglês recentemente.

Desde então, Hamilton tenta emular o brasileiro nas pistas. Para o inglês, o orgulho por alcançar as suas marcas não representa um embate entre fã e ídolo. Ele encara a si mesmo quase como um discípulo que tenta prolongar o legado do mestre.

“Se Ayrton ainda estivesse vivo, ele teria vencido muito mais corridas, muitos outros campeonatos. Uma vez que eu alcance o nível dele, sinto que estou carregando o bastão, como se fosse um revezamento. Sinto que estou levando o bastão por nós dois”, afirmara o inglês, antes de confirmar o tricampeonato.

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