Estadão

Tripulação do Titan pode ter percebido implosão segundos antes de ela acontecer, diz engenheiro

As cinco pessoas que estavam a bordo do submersível Titan, que implodiu há algumas semanas durante uma expedição rumo aos destroços do navio Titanic, podem ter percebido que uma tragédia ia acontecer alguns segundo antes da implosão de fato ocorrer. A hipótese foi levantada, a partir de um cálculo, pelo engenheiro José Luis Martín, especialista em submarinos, para o portal espanhol NIUS.

Cálculos matemáticos do especialista, levando em consideração o peso do submersível, o empuxo, a massa, a aceleração, a velocidade de queda de um corpo livre e o coeficiente de atrito, determinaram que o Titan pode ter caído em queda livre entre 48 e 71 segundos antes da implosão. Neste momento, os passageiros "estavam cientes" do que estava acontecendo e, durante a queda, caíram e "se amontoaram uns sobre os outros", segundo Martín, ao NIUS.

"Nesse período de tempo eles estão percebendo tudo. E também, em completa escuridão. É difícil ter uma ideia do que eles viveram naqueles momentos. Após esses 48 segundos, ou um minuto, ocorre a implosão e a morte instantânea repentina", afirmou o engenheiro espanhol ao portal.

A hipótese do especialista é de que o submersível desceu sem incidentes e em plano horizontal até uma profundidade de cerca de 1,7 mil metros. É a partir deste momento que ocorre uma falha elétrica e que o veículo perde o contato com a superfície. O submersível desce então, por cerca de 900 metros, em posição vertical, como uma "pedra sem nenhum controle", exemplifica o engenheiro. Ele ainda diz que os passageiros caíram e "se amontoaram".

Há alguns dias, a OceanGate Expeditions, empresa responsável pelo submersível Titan, anunciou que "suspendeu todas as operações de exploração e comerciais". A empresa, com sede em Everett, no Estado de Washington (EUA), fez o anúncio no topo de seu site, sem dar mais detalhes sobre o encerramento das atividades.

A bordo do submersível que implodiu estavam Stockton Rush, 61, fundador e CEO da OceanGate Expeditions, que pilotava a embarcação; Hamish Harding, 58, empresário e explorador britânico; Paul-Henri Nargeolet, 77, especialista marítimo francês; Shahzada Dawood, 48, empresário paquistanês britânico; e o filho de Dawood, Suleman, 19.

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