Os sons de foguetes e morteiros eram ouvidos em Tikrit nesta quinta-feira, enquanto forças de segurança iraquianas enfrentavam militantes do grupo Estado Islâmico, um dia depois de entrarem na cidade sunita, onde nasceu o ex-ditador Saddam Hussein.
A retomada de Tikrit é vista como um passo importante em relação aos extremistas, que tomaram boa parte do norte e oeste do Iraque no ano passado e controlam um terço do Iraque e da Síria.
Tropas iraquianas e milicianos xiitas aliados entraram em Tikrit pela primeira vez na quarta-feira, a partir de pontos no norte e no sul da cidade. O chefe da operação militar disse à Associated Press nesta quinta-feira que as tropas lançarão a segunda fase da ofensiva ainda hoje, na medida em que tentam alcançar o centro da cidade.
Os militantes tentam expulsar as forças de segurança com francoatiradores, ataques suicidas com carros-bomba, metralhadoras pesada e morteiros, disse ele, falando em condição de anonimato.
Tikrit, a capital da província de Salahuddin, fica à margem do rio Tigre, cerca de 130 quilômetros ao norte de Bagdá.
Em entrevista concedida à Associated Press na linha de frente, o ministro da Defesa iraquiano Khaled al-Obeidi disse esperar que as forças de segurança chegassem ao centro de Tikrit no prazo de três a quatro dias. A operação para retomar Tikrit é “essencial para abrir um corredor para que as forças de segurança se movam a partir do sul, em direção a Mosul”, disse ele, referindo-se à segunda maior cidade do Iraque e maior reduto dos militantes.
Ele descreveu a operação como “100% iraquiana, do ar ao solo”.
Oficiais militares disseram à Associated Press que avançam com cautela para limitar os danos à infraestrutura da cidade para que, dessa forma, os moradores possam voltar rapidamente assim que Tikrit for retomada.
Mais cedo nesta quinta-feira, Al-Obeidi visitou tropas e reuniu-se com graduados comandantes militares da operação em Tikrit, assim como com o major general Qassem Soleimani, comandante da Força Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã. Soleimani e outros conselheiros iranianos têm tido um papel muito importante no combate aos militantes nos últimos meses.
A ostensiva presença iraniana e a importância de milícias xiitas na campanha levantou temores de uma possível limpeza sectária caso Tikrit, cidade majoritariamente sunita, seja retomada pelas tropas do governo. Fonte: Associated Press.