O diretor do Escritório de Administração e Orçamento do governo dos Estados Unidos, Mick Mulvaney, criticou hoje representantes democratas por retratarem o acordo que impede a paralisação das atividades do governo como uma derrota da Casa Branca. Em coletiva de imprensa nesta terça-feira, o dirigente ecoou os comentários feitos mais cedo pelo presidente Donald Trump, alertando que uma paralisação pode acontecer para valer no segundo semestre caso a oposição “não comporte melhor”.
Para Mulvaney, Trump teria ficado ofendido pela forma como os democratas retrataram o acordo, que teria sido bom para ambas as partes e aconteceu por mérito do próprio presidente e a despeito da vontade, de parte dos democratas, de forçar uma paralisação. O acordo não pode ser considerado uma derrota, prosseguiu, pois assegurou o financiamento para as questões chave do governo, como o maior gasto com militares, com a segurança interna, entre outros programas.
Ao contrário do que comemoraram os democratas, o acordo também não incluiria nenhum dinheiro novo para Porto Rico e também teria garantido o financiamento para reforma ou atualização do muro em partes da fronteira com o México – ainda que apenas onde já existe algum tipo de cercamento.
Mulvaney criticou a forma como projetos que garantem financiamento de programas ou agências tramitam no Congresso norte-americano nos últimos anos, afirmando que o Senado tem dificultado sua evolução ao evocar a necessidade de que eles sejam aprovados com maioria qualificada, ou 60 votos. Essa seria a principal razão pela qual houve necessidade de fazer um acordo bipartidário: apesar de constituírem maioria na casa, os republicanos contam com 52 dos 100 assentos.
Esse seria um dos motivos pelos quais uma “boa paralisação”, como ameaçou Trump mais cedo em seu perfil no Twitter, seria positiva. Uma boa paralisação seria aquela que “consertaria as coisas em Washington” da maneira como os eleitores de Trump gostariam, disse Mulvaney. (Marcelo Osakabe)