O presidente dos EUA, Donald Trump, criticou em sua conta no Twitter nesta terça-feira os líderes da minoria na Câmara e no Senado, Nancy Pelosi e Chuck Schumer, acusando os democratas de atrasarem as confirmações de suas nomeações para seu gabinete.
A nomeação de Rex Tillerson, ex-CEO da gigante do petróleo ExxonMobil, como chefe de Estado dos EUA foi aprovada pelo Senado na segunda-feira, mas abriu um debate prolongado sobre o decreto de Trump, que proíbe viagens de países de maioria muçulmana.
Na primeira decisão, a nomeação de Tillerson foi aprovada por 56 senadores, incluindo quatro democratas. Outros 43 votaram contra. O ex-CEO tem 64 anos e nunca ocupou um cargo no governo. Para ele assumir a função, no entanto, ainda é necessário que a Casa confirme a indicação durante outra votação nos próximos dias, o que poderá ocorrer na quarta-feira.
O líder da minoria Chuck Schumer, no entanto, tentou sem sucesso atrasar a votação até que Tillerson respondesse pelo decreto que proíbe as viagens.
A ordem de Trump impede indivíduos de sete países de maioria muçulmana de entrar nos EUA por 90 dias. Trump repetidamente disse que o movimento é para proteger o país contra extremistas que procuram atacar americanos. No entanto, os recentes atos domésticos de violência extremista foram realizados por cidadãos norte-americanos ou por indivíduos cujas famílias não eram das nações apontadas.
Embora muitos democratas – incluindo Schumer – se opõem a Tillerson, eles precisam de pelo menos vários republicanos para se juntar a eles para descarrilar a nomeação.
Os senadores John McCain do Arizona e Lindsey Graham da Carolina do Sul também criticaram a ordem de proibição de viagens de Trump e sua falha em consultar agências federais, incluindo os departamentos de Justiça e o de Segurança Interna.
Em seu Twitter, Trump reclamou ontem à noite sobre o processo de confirmação: “Os democratas estão atrasando minhas escolhas de gabinete por razões puramente políticas. Eles não têm nada a não ser obstruir”.
Nesta terça-feira, Trump voltou a criticar os democratas: “Quando os democratas nos darão nosso procurador-geral e o resto do gabinete! Eles deveriam ter vergonha de si mesmos!”
Trump também ironizou a falha no microfone em um comício da líder da minoria na Câmara, Nancy Pelosi, durante protestos ontem nos degraus da Suprema Corte.
“Nancy Pelosi e as lágrimas falsas de Chuck Schumer realizaram uma manifestação nos degraus da Suprema Corte e o microfone não funcionou (uma bagunça) – assim como a festa democrata!”, disse Trump em um tweet nesta manhã.
Ontem, quando Nancy foi discursar, seu microfone não funcionou. Ela, acreditando que ele estava funcionando, começou a discursar dizendo que estava orgulhosa em estar em pé com outros democratas em oposição à ordem executiva do presidente Trump sobre imigração. Mas, logo foi avisada que seu microfone não funcionava, o lhe causou constrangimento.
Até o momento, apenas quatro altos funcionários nomeados por Trump foram confirmados nos cargos: James Mattis, novo secretário de Defesa (98 votos contra 1), John Kelly para Segurança Interna (88 contra 11), Mike Pompeo à frente da CIA (66-32) e Nikki Haley como representante na ONU (96-4) com status de membro do gabinete.
Nesta terça-feira, vários nomes indicados por Trump para integrar o governo devem passar por votações no Senado, incluindo a secretária dos Transportes (Elaine Chao), o secretário de Energia (Rick Perry), do Tesouro (Steve Mnuchin), Saúde (Tom Price) e Educação (Betsy DeVos).
Caso recebam votações favoráveis nas comissões, como se espera, as indicações devem ser confirmadas pelo plenário do Senado.