O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, subiu o tom das críticas contra agências de inteligência do país, nesta quarta-feira. Em mensagens publicadas no Twitter, o republicano defendeu a declaração do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, de que sua equipe não teria recebido de russos informações roubadas dos e-mails do Partido Democrata durante a campanha do ano passado.
Na mensagem, Trump observou que Assange “disse que os russos não lhe deram informações”, referindo-se aos e-mails roubados do Comitê Nacional Democrata e a John Podesta, um alto assessor de Hillary Clinton.
As provocações de Trump aumentaram a pressão sobre as autoridades de inteligência para que ofereçam evidências decisivas de que Moscou teria interferido no processo eleitoral americano. Um relatório completo encomendado pelo presidente Barack Obama deve ser finalizado até o fim desta semana, quando oficiais de inteligência se encontrarem em Nova York para informam Trump sobre o que foi descoberto. O governo Obama também planeja fazer um versão pública do documento antes de deixar a Casa Branca no próximo dia 20.
De acordo com a avaliação de agências de inteligência, a Rússia não apenas se intrometeu nas eleições americanas, mas também ajudou Trump a ganhar. Mas até agora, o governo divulgou apenas informações limitadas para apoiar a conclusão. Na falta de tais evidências, o presidente eleito aproveitou o ceticismo de alguns americanos sobre os serviços de inteligência do país citando medidas errôneas que levaram à guerra do Iraque.
Mas até agora essa campanha de Trump tem sido solitária em Washington. As visões do republicano o colocam em desacordo com Obama e líderes de seu próprio partido que veem em Moscou uma ameaça crescente. Além disso, essas visões colocam Trump em linha com o presidente russo Vladimir Putin e Assange, cuja organização foi fundada sob investigação criminal por seu papel no vazamento de informações confidenciais. Fonte: Associated Press.