O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e 18 aliados foram indiciados na Geórgia nesta segunda-feira, 14, por terem conspirado para tentar interferir no resultado das eleições de 2020 no Estado. É a quarta vez em cinco meses que tribunais americanos acatam denúncias contra o ex-presidente, que perdeu o pleito para Joe Biden.
A acusação de 97 páginas detalha dezenas de atos de Trump e de seus aliados para tentar reverter a derrota nas urnas, como intimidar o secretário de Estado da Geórgia; importunar servidores com falsas alegações de fraude eleitoral; e tentar persuadir parlamentares a ignorar a vontade popular no colégio eleitoral que escolhe o presidente dos Estados Unidos. A acusação também descreve um esquema para adulterar máquinas de votação e roubar dados.
"Trump e os outros réus acusados se recusaram a aceitar que Trump perdeu e, consciente e voluntariamente, se juntaram a uma conspiração para mudar ilegalmente o resultado da eleição em favor de Trump", diz a acusação assinada pela promotora distrital do condado de Fulton, Fani Willis.
Outros réus incluem o ex-chefe de gabinete da Casa Branca Mark Meadows; o ex-prefeito de Nova York e advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani; e o ex-funcionário do Departamento de Justiça americano Jeffrey Clark. Outros advogados que conceberam ideias para tentar anular o resultado da votação, incluindo John Eastman, Sidney Powell e Kenneth Chesebro, também foram acusados.
Willis informou que os réus terão prazo para se apresentar voluntariamente à Justiça até o meio-dia do dia 25. A promotora também disse que planeja marcar o julgamento do caso para daqui a seis meses, no máximo.
A acusação descreve os indiciados como membros de uma "organização criminosa" que operava na Geórgia e em outros Estados, em uma linguagem que evoca operações contra chefes da máfia e líderes de gangues. Fonte: Associated Press.