Estadão

Título mundial do Corinthians há 10 anos foi o último obtido pela América do Sul

Há exatos 10 anos, no dia 16 de dezembro de 2012, o Corinthians conquistava o seu segundo Mundial de Clubes da Fifa, ao bater o Chelsea por 1 a 0, em Yokohama. Aquela foi a última vez que um clube não-europeu foi campeão do mundo. Na última década, Palmeiras, Flamengo, Atlético-MG, River Plate… vários clubes sul-americanos tentaram, mas somente times europeus conquistaram o torneio.

Entre os heróis daquela conquista há dez anos, somente o goleiro Cássio continua de maneira ininterrupta no Corinthians. O lateral Fábio Santos faz parte do atual elenco, mas saiu e depois voltou ao Parque São Jorge. O técnico era Tite.

A cabeçada certeira do peruano Guerrero que sacramentou a vitória por 1 a 0 contra o Chelsea selou o incrível processo de recuperação do Corinthians, que quatro anos antes vivia o purgatório da Série B do Campeonato Brasileiro.

No dia seguinte ao rebaixamento à segunda divisão do Campeonato Brasileiro, em 2007, inclusive, o então presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, convocou uma entrevista coletiva no Parque São Jorge e, provocador, disse: "Que tirem sarro agora. A partir de amanhã, ninguém mais tira sarro".

O recado do dirigente aos torcedores rivais era que eles aproveitassem o momento mais dolorido da história do clube porque o alvinegro logo daria a volta por cima. E deu.

Daquele 3 de dezembro de 2007 até 2012, nenhum clube brasileiro foi tão vitorioso como o Corinthians. Excluindo a Série B (título que no Parque São Jorge ninguém se orgulha de ter conquistado), o time alvinegro faturou Campeonato Paulista (2009), Copa do Brasil (2009), Campeonato Brasileiro (2011), Copa Libertadores (2012) e o Mundial. Uma escalada impressionante em um intervalo de tempo tão curto. O único ano sem título foi 2010, justamente o do centenário do clube.

"A partir de 2008, começamos a traçar um plano de metas para o clube. O primeiro objetivo era recolocar o time na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, depois era fazer com que brigássemos por títulos em condições de igualdade com qualquer outro clube. Em seguida, a meta era voltar à Libertadores e tornar o Corinthians um clube internacional. Passo a passo alcançamos os nossos objetivos", gabou-se o então presidente Mário Gobbi à época.

O grande salto veio com a contratação de Ronaldo no final de 2008. Junto com o seu carisma e apelo popular, o Fenômeno levou ao clube patrocinadores. Logo nos seus primeiros seis meses no clube, o atacante levantou duas taças. Ali, o Corinthians se consolidava novamente entre as equipes mais fortes do País para depois conquistar o mundo.

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