O técnico do Chelsea, Thomas Tuchel, se mostrou incomodado em entrevista coletiva nesta terça-feira, quando ouviu jornalistas fazerem perguntas sobre a invasão russa à Ucrânia. Impaciente, o alemão, que prepara o time londrino para enfrentar o Luton Town na Copa do Inglaterra, pediu aos profissionais de imprensa que parem de fazer esse tipo de questionamento.
"Escutem, vocês têm que parar. Eu não sou político. Eu só posso me repetir, e me sinto mal em repetir porque eu nunca vivi uma guerra. Sou privilegiado. Eu sento aqui e faço o melhor que posso, mas vocês precisam parar com essas perguntas. Não tenho respostas para vocês", respondeu Tuchel quando um jornalista tentou perguntar sobre o assunto. Antes, já havia respondido outras questões parecidas, visivelmente desconfortável.
"Quantas vezes eu preciso dizer isso? É terrível, é claro, é horrível, não tem como haver outra opinião sobre isso", disse. "Todos da Europa têm o mesmo barulho na cabeça. Talvez seja o mesmo para vocês, mas vocês estão tentando fazer o melhor trabalho possível, e também é assim para nós", completou.
O tema é recorrente em assuntos relacionados ao Chelsea por causa de Roman Abramovich, dono do clube. No último sábado, o bilionário russo, conhecido por ser próximo do presidente Vladimir Putin, anunciou que passaria o comando da administração do Chelsea para uma função de caridade, movimento que tem sofrido percalços e complicações legais para ser efetivado.
Segundo informações de agências internacionais, Abramovich também estaria envolvido em negociações de paz junto ao governo russo, após receber um pedido da própria Ucrânia. De acordo com o diretor de cinema Alexander Rodnyansky, o empresário, com quem se relaciona pelo fato de ambos serem membros ativos da comunidade judaica, foi um dos únicos contatados pelo estado ucraniano que se dispôs a ajudar.
Na semana passada, Tuchel chegou a comentar sobre a saída de Abramovich da administração. "Nós tentamos ficar calmos, e estamos calmos no meio de uma tempestade ou de um barulho ao nosso redor que não podemos controlar e pelo qual não somos responsáveis. No fim das contas, o melhor é focar no que a gente ama e faz, e isso é o esporte".