As atividades turísticas já somam um prejuízo de R$ 290,6 bilhões desde o agravamento da pandemia do novo coronavírus no País, em março de 2020. O setor chegou a fevereiro deste ano operando com apenas 42% da sua capacidade mensal de geração de receitas, calcula a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O setor turístico só deve recuperar no início de 2023 o nível médio de geração de receitas mensais do pré-pandemia, prevê o economista da CNC Fabio Bentes, responsável pelo estudo.
As perdas mensais de faturamento do turismo brasileiro cresceram de R$ 13,38 bilhões em março para R$ 36,94 bilhões em abril, até o pico de R$ 37,47 bilhões em maio.
Houve redução no ritmo de perdas desde então, descendo a um prejuízo de R$ 34,18 bilhões em junho, R$ 31,87 bilhões em julho, R$ 29,02 bilhões em agosto, R$ 24,98 bilhões em setembro, R$ 20,73 bilhões em outubro, R$ 16,91 bilhões em novembro, R$ 15,83 bilhões em dezembro e R$ 13,35 bilhões em janeiro. O mês de fevereiro de 2021 marcou uma interrupção nessa tendência de redução de danos: a perda mensal cresceu a R$ 15,96 bilhões.
"As perdas voltaram a subir. Acho que a segunda onda da pandemia causou essa reversão", disse Fabio Bentes.
Mais da metade (51%) do prejuízo apurado até agora pelo setor ficou concentrado nos Estados de São Paulo (R$ 104,9 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 45,5 bilhões).
A estimativa da CNC considera o que o turismo deixou de arrecadar desde a segunda quinzena de março até o fim de fevereiro, tendo como base informações das pesquisas conjunturais e estruturais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além de séries históricas referentes aos fluxos de passageiros e aeronaves nos 16 principais aeroportos brasileiros.
O agregado especial de Atividades turísticas cresceu 0,7% em janeiro ante dezembro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados nesta terça-feira, 9, pelo IBGE. O segmento de turismo avançou 122,8% entre maio de 2020 e janeiro de 2021, mas ainda precisa crescer 42,1% para retornar ao nível de fevereiro do ano passado, no pré-pandemia.