Brasileiros que estavam no Nepal no momento do terremoto que atingiu o país no sábado desembarcaram no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, no fim da tarde de terça-feira, 28.
Apreensiva, Adriana Ferreira da Silva esperava pelo filho que estava no Nepal havia mais de 20 dias. O ator e bancário Mauriene Júnior, de 30 anos, conseguiu fazer uma trilha nas montanhas perto do Everest, sozinho, por 15 dias. Mas não conseguiu voltar ao Brasil no dia programado. “Nunca havia passado por nada parecido na vida”, disse Júnior logo depois de abraçar a mãe e amigos no desembarque de Cumbica.
Ele estava indo de Pokhara para Katmandu de ônibus e o grupo havia parado para comer no meio da estrada quando o chão começou a tremer. “Tropecei e entendi que era um terremoto. Observei os locais para ver como reagiam, mas eles também pareciam surpresos. Aí tentei ficar longe de construções e fiquei desesperado.” Na estrada, o ator diz que viu os resultados do tremor de terra: pedras por todos os lados e, em Katmandu, pessoas acampando nas ruas.
No aeroporto, caos e todos os voos cancelados. No primeiro dia, Júnior conseguiu avisar a mãe que estava bem. Depois a energia caiu e nem internet nem telefone funcionaram.
Na terça-feira, o ator conseguiu um voo para o Catar e, já no aeroporto da capital, Doha, fez novo contato com a família.
O dentista Marco Salioni, de 44 anos, estava com a mulher e um grupo de brasileiros no aeroporto de Katmandu na hora do terremoto, aguardando o voo de volta. “Todo mundo correu para a pista, teve gente pisoteada, correria, pavor”, disse. “Naquele momento estava pousando um avião da Força Aérea americana, por acaso, e pensamos que estava ocorrendo um ataque terrorista”, relatou a mulher de Marco, a médica Leila Romantini Salioni, de 42 anos.
Segundo eles, a poeira das construções desmoronando encobriu a vista da cadeia de montanhas. O casal deu sorte e, quatro horas depois de permanecer na pista do aeroporto, conseguiu embarcar para Doha, onde aguardou mais dois dias até voltar ao Brasil.
Em 2001, os Salioni já haviam vivido episódio parecido, quando passeavam em Santiago do Chile. “Katmandu foi nosso segundo terremoto. Em Santiago, o tremor no chão fez a televisão do quarto do hotel cair, mas não chegou nem perto do que sentimos agora”, contou o dentista.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.