O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reconheceu publicamente neste sábado (9) a existência de gravação do assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, no Consulado da Arábia Saudita em Istambul, em 2 de outubro. As gravações foram ouvidas por oficiais da Arábia Saudita, dos Estados Unidos (EUA), da Alemanha, da França e da Inglaterra.
O líder turco disse aos repórteres que a Arábia Saudita teve de “agir de forma justa” e divulgar os responsáveis pela morte de Khashoggi. “Eles (autoridades sauditas) também ouviram as conversas e eles sabem. Não há necessidade de distorcer isso. Eles sabem com certeza que entre os 15 está o assassino ou são os assassinos”, disse Erdogan.
A Turquia está buscando a extradição de 18 suspeitos que foram detidos na Arábia Saudita para que possam ser julgados na Turquia. Eles incluem 15 membros de um suposto “esquadrão de ataque” saudita que a Turquia diz ter sido enviado a Istambul para matar o colunista do The Washington Post que criticava o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman. Alguns dos envolvidos no assassinato seriam membros da comitiva do príncipe herdeiro.
O procurador-chefe de Istambul anunciou no início deste mês que Khashoggi, que viveu no exílio nos Estados Unidos, foi estrangulado imediatamente depois de entrar no consulado, como parte de um assassinato premeditado. Segundo ele, o corpo do jornalista foi desmembrado antes de ser removido do local. No mês passado, a Arábia Saudita reconheceu que as evidências turcas indicam que a morte de Khashoggi foi premeditada. Autoridades sauditas caracterizam o assassinato como uma operação desonesta realizada por agentes sauditas que excederam sua autoridade. Fonte: Associated Press.