Estadão

Turquia minimiza ameaça de sanções dos EUA por negócios com a Rússia

O governo da Turquia minimizou um alerta dos EUA de que empresas turcas poderão sofrer sanções se continuarem fazendo negócios com instituições russas. O ministro de Finanças turco, Nureddin Nebati, disse nesta sexta-feira (26) que não "faria sentido" a ameaça de Washington causar preocupação na comunidade empresarial turca.

"A Turquia é uma das potências políticas e econômicas mais importantes do mundo. Nosso mundo empresarial deve sempre sentir o poder de seu Estado ao seu lado", afirmou Nebati, em sua conta oficial no Twitter.

A resposta vem em meio à crescente preocupação de Washington de que a Turquia esteja se tornando cada vez mais um refúgio para oligarcas russos abrigarem seus ativos, depois que o Kremlin ordenou a invasão da Ucrânia, em fevereiro.

Nos últimos meses, a Turquia aprofundou seu relacionamento econômico com Moscou, ao comprar mais petróleo russo e aumentar exportações para substituir bens que os russos estão impedidos de comprar do Ocidente.

Na segunda-feira (22), o vice-secretário do Tesouro dos EUA, Wally Adeyemo, enviou cartas a duas associações empresariais turcas, alertando que empresas do país estarão sujeitas a sanções se fizerem negócios com determinados indivíduos e instituições da Rússia, segundo o <i>The Wall Street Journal</i>.

As cartas ampliam a pressão dos EUA para que a Turquia observe sanções impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia. A Turquia é o único membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que optou por não punir a Rússia durante a guerra, uma escolha que em parte fez para proteger sua vulnerável economia das consequências do conflito.

Recentemente, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sinalizou que deseja intensificar a cooperação econômica com a Rússia, prometendo pagar pelo gás russo em rublos e expandir o uso de um sistema russo de pagamentos com cartão na Turquia. Fonte: Dow Jones Newswires.

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