A Turquia retirou neste sábado sua ameaça de sair do acordo de migração com a União Europeia, caso o bloco não aprove a isenção de visto para os cidadãos turcos. Os dois lados tentam aliviar as tensões após a tentativa de golpe militar na Turquia em julho.
A chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, disse que as negociações de hoje marcaram um potencial “novo marco” nas relações. No entanto, algumas importantes divergências permanecem. Os funcionários da UE ainda avaliam que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, tem usado o golpe militar para reprimir ainda mais a oposição e ampliar seu poder no país.
As preocupações europeias sobre a legislação anti-terror da Turquia e a incursão militar turca na Síria também permanecem. O governo turco está claramente frustrado com a falta de progresso na sua oferta de isenção de vistos e sua pressão para aderir ao bloco europeu. “Nós concordamos que todos os acordos anteriores que temos entre nós será continuado e respeitado”, disse Mogherini. “Não há tabu em nosso diálogo.”
Falando a repórteres, o ministro para assuntos europeus da Turquia, Omer Celik, também pediu um foco renovado em interesses comuns, mesmo insistindo na tese de que a resposta da União Europeia à tentativa de golpe foi “fraca”.
As autoridades turcas têm alertado repetidamente que o acordo de migração estava sob ameaça, se a UE não aprovarem até outubro a requisição da Turquia de garantir aos seus cidadãos o acesso sem visto para o bloco. Os governos e o Parlamento Europeu têm dito que não podem fazer isso se a Turquia não limitar o âmbito de suas leis terroristas. Eles temem que a lei atual permita que jornalistas e figuras da oposição sejam presos sem causa provável. Fonte: Dow Jones Newswires.