O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou após jantar com os chefes de governo e de Estado da União Europeia que “não pode haver automatismo” na escolha de quem ocupará a presidência da Comissão Europeia pelos próximos cinco anos, em um recado para os defensores do processo de Spitzenkandidat, pelo qual o líder do partido mais votado nas eleições ao Parlamento Europeu seria apontado para chefiar o Executivo do bloco.
O Partido Popular Europeu (EPP), cuja lista foi encabeçada pelo alemão Manfred Weber, da União Social-Cristã (CSU) se manteve em primeiro lugar, mas passou de 217 assentos na legislatura que se encerra este ano para 180 após o pleito do último domingo, segundo projeções do próprio Parlamento Europeu.
Tusk ressaltou, contudo, que não se discutiram nomes na reunião informal desta terça-feira, em Bruxelas, mas apenas o processo de seleção às presidências não só da Comissão como também do Conselho Europeu, do Banco Central Europeu (BCE) e do cargo de Alto Representante da UE para Assuntos Externos e Política de Segurança.
Para o polonês, a Europa é a “grande vencedora” das recentes eleições, referindo-se ao fato de que políticos pró-União Europeia conquistaram a maioria das 751 cadeiras em disputa, apesar do avanço de grupos eurocéticos.
“Não tenho dúvidas de que uma das razões pelas quais as pessoas no continente votaram em uma maioria pró-Europa é o Brexit”, disse Tusk, ao comentar o resultado das eleições. “O Brexit tem sido uma vacina contra propaganda anti-UE”, completou.