O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, apelou nesta quinta-feira a legisladores reticentes que apoiem uma série de indicados para alguns dos principais postos da União Europeia, em meio a acusações de que ele e os líderes do bloco fizeram essas escolhas em um acordo pouco transparente.
Dois dias após um dos mais longos encontros da UE, Tusk buscava convencer o Parlamento Europeu das credenciais dos candidatos e evitar a acusação de que as razões políticas se sobrepuseram à competência dos nomes.
Para o comando da Comissão Europeia, foi escolhida a ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen. O órgão propõe e garante o cumprimento de leis do bloco. É a primeira vez que uma mulher foi indicada ao posto e também pode ser a volta de um alemão à liderança da Comissão Europeia após décadas.
“Eu acredito que eles são boas escolhas”, disse Tusk sobre os nomes combinados com os líderes. Von der Leyen terá que ser confirmada pelo Parlamento Europeu, provavelmente em 15 de julho, e as chances dela não são garantidas. “Apenas quando estivermos unidos poderemos contrabalançar os mais poderosos atores globais”, advertiu Tusk. Os líderes, disse ele, estão unidos em torno dos nomes. Segundo ele, a demora de três dias na escolha foi para garantir o aval de todos os países aos nomes.
Muitos congressistas, porém, questionaram a forma como as decisões foram tomadas. “O futuro da União Europeia não pode mais ser decidido a portas fechadas e por meio de planos secretos”, afirmou o deputado espanhol Esteban González Pons.
Von der Leyen foi indicada na terça-feira, junto com o ministro das Relações Exteriores espanhol, Josep Borrell, este como o principal diplomata da UE; o premiê belga Charles Michel como presidente do Conselho Europeu, no lugar de Tusk; e Christine Lagarde como presidente do Banco Central Europeu (BCE). A decisão foi um acordo verbal, sem votação. Apenas Michel foi votado e está garantido no posto, os outros terão de ser confirmados pelo Parlamento Europeu.
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que se absteria em relação à ministra da Defesa de seu governo. Von der Leyen se reuniu nesta quinta-feira em Bruxelas com Jean-Claude Juncker, o nome que ela deve substituir. Fonte: Associated Press.