Autoridades do Exército ucraniano disseram que suspenderam nesta terça-feira ataques contra os separatistas apoiados pelos russos no leste do país, em linha com uma trégua estabelecida na semana passada. Líderes rebeldes separatistas também declararam seu apoio ao anúncio.
O presidente Petro Poroshenko declarou um “dia de silêncio” na quinta-feira, na esperança de reavivar o acordo de cessar-fogo estipulado em setembro e violado quase diariamente. O conflito de sete meses já deixou mais de 4.300 mortos, desalojou centenas de milhares de pessoas e exauriu uma nação que luta para afastar um colapso econômico.
Bombardeios intensos continuaram até a véspera do prazo-limite para encerrar as hostilidades, causando várias vítimas. Autoridades ucranianas disseram nesta terça-feira que áreas residenciais controladas pelo governo e posições armadas foram atacadas mais de 60 vezes em um período de 24 horas. Dois civis morreram e outros dez ficaram feridos.
Autoridades locais no principal reduto separatista da cidade de Donetsk disseram que dois civis foram mortos. De acordo com a prefeitura, mais de 20 edifícios residenciais foram danificados nos ataques.
O escritório de Poroshenko havia anunciado que uma nova rodada de negociações de paz envolvendo a Rússia e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) seria realizada nesta terça-feira na capital da Bielorrússia, Minsk. Mas essas conversas não aconteceram.
Os rebeldes acusam Kiev de má-fé na busca por um acordo de paz a longo prazo. Eles citam uma decisão do governo da Ucrânia no mês passado de cortar serviços públicos básicos e pagamentos de previdência social e de pensões em territórios rebeldes como uma tentativa de subjugar a população local.
O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, divulgou uma nota conciliatória nesta terça-feira, um sinal de que Moscou pode apoiar que a Ucrânia retome o controle de áreas separatistas. Lavrov disse à agência de notícias estatal russa que os rebeldes estavam prontos “para restaurar a economia comum e o espaço político e humanitário” com a Ucrânia. Fonte: Associated Press.