Subiu para 29 o número de mortos em ataques ocorridos neste sábado na cidade costeira de Mariupol, no leste da Ucrânia. Foguetes lançados indiscriminadamente atingiram um mercado, duas escolas, residências e lojas. O líder separatista Alexander Zakharchenko anunciou o início de uma ofensiva na cidade, de acordo com a agência de notícias RIA Novosti.
O Ministério de Defesa da Ucrânia disse que houve três ataques separados a Mariupol e áreas próximas. “A área atingida é enorme”, disse o prefieto da cidade, Yuriy Khotlubei. O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, antecipou sua viagem de volta da Arábia Saudita e convocou oficiais militares para uma reunião de emergência.
Os ataques a Mariupol ocorreram um dia após os rebeldes terem rejeitado um acordo de paz e anunciado uma ofensiva contra o governo para ampliar o território sob seu controle. A posição dos separatistas está dificultando os esforços da União Europeia para mediar o fim dos conflitos no leste da Ucrânia, que já mataram cerca de 5,1 mil pessoas desde abril, segundo a Organização das Nações Unidas.
Localizada no mar de Azov, Mariupol é a principal cidade entre a Rússia continental e a península da Crimeia. Recentes combates na região levantaram temores de que forças separatistas, apoiadas pelos russos, estariam tentando estabelecer uma ligação por terra entre a Rússia e a Crimeia.
Após os ataques deste sábado, a chefe de diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, pediu à Rússia que usasse sua influência sobre os líderes separatistas para conter sua ofensiva, e que suspendesse a ajuda militar e financeira aos rebeldes. A Rússia insiste que não apoia os separatistas, mas militares ocidentais dizem que o armamento pesado em poder dos rebeldes contraria essa alegação.
Um acordo de paz assinado em setembro em Minsk, capital da Bielo-Rússia, previa um cessar-fogo e a retirada de armamentos pesados de uma linha divisória no leste da Ucrânia. Porém, o acordo tem sido violado por ambos os lados, com um aumento de vítimas civis nas últimas semanas. Fonte: Associated Press.