As Forças Armadas da Ucrânia informaram que iniciarão a retirada de seus armamentos pesados da linha de frente de combate com os separatistas pró-Rússia, como prevê o acordo de cessar-fogo assinado no início de fevereiro.
O Ministério da Defesa disse em comunicado, divulgado nesta quinta-feira, que se reserva o direito de revisar seus planos de retirada no caso de um ataque das forças rebeldes.
Um oficial ucraniano disse que as primeiras armas a serem retiradas nesta quinta-feira serão canhões de calibre 100 milímetros.
Os combates no leste ucraniano mataram cerca de 5.800 pessoas desde abril. Um acordo de paz assinado no início deste mês pelos líderes da Rússia e da Ucrânia, intermediado por França e Alemanha, tem como objetivo consolidar um cessar-fogo e iniciar a retirada de armamentos pesados.
A implementação do acordo é supervisionada por cerca de 600 integrantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Antes do anúncio da Ucrânia, Michael Bociurkiw, porta-voz da missão de monitoramento da OSCE, reclamou do fato de que os dois lados fazerem poucos progressos para estabelecer os fundamentos para a retirada de armas. Isso exige que os dois lados do conflito façam uma relação das armas que possuem e forneçam detalhes sobre como e onde elas serão realocadas, disse ele.
“Não é suficiente ser convidado para seguir o processo de remoção em parte do caminho. Tem de ser completo”, afirmou ele. “Não se trata de uma lista de compras, não se pode escolher e pegar.”
A Rússia nega as acusações ucranianas de que está apoiando os rebeldes com armas e o envio de soldados, mas o Ocidente e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não acreditam na afirmação, ao mostrar fotografias de satélite de equipamentos militares russos no leste da Ucrânia. Fonte: Associated Press.