Estadão

Ucrânia condena recomendação do COI sobre atletas russos: Não devem competir

A recomendação do Comitê Olímpico Internacional (COI) para que competições internacionais aceitem a participação de atletas russos e belarussos foi mal recebida pela Ucrânia. Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, o Ministério de Esportes do país criticou o posicionamento e defendeu que atletas das duas nacionalidades continuem banidos como sanção pelo conflito promovido pela Rússia e apoiado por Belarus em território ucraniano.

"O Ministério da Juventude e Esportes da Ucrânia condena a mudança parcial da posição do Comitê Olímpico Internacional em relação à não admissão de atletas russos e belarussos", diz o texto. "Defendemos consistentemente e continuaremos a insistir que, sob as condições da agressão militar sem precedentes da Rússia com o apoio da República de Belarus contra a Ucrânia, que contradiz os princípios da Carta Olímpica, os representantes dos estados agressores não devem estar presente em arenas esportivas internacionais", completa.

O COI emitiu, na terça-feira, uma nota com critérios para o retorno de atletas russos e belarussos às competições internacionais. Os esportistas das duas nacionalidades podem competir individualmente de forma neutra, sem representar nenhuma bandeira, desde que não tenham nenhuma ligação militar com seus países e que não tenham apoiado a invasão promovida pela Rússia na Ucrânia. A decisão de acatar ou não a recomendação, contudo, cabe aos organizadores dos campeonatos.

O posicionamento do COI desagradou os dois lados. O Comitê Olímpico Russo considerou as determinações estabelecidas como discriminatórias, pois a maioria de seus atletas têm ligações militares. Mais de 20 medalhistas russos dos Jogos Olímpicos de Tóquio ocupavam cargos militares e 45 eram filiados ao Clube de Esportes do exército.

Apesar da movimentação pela reintegração dos atletas da Rússia e de Belarus, ainda não há uma definição sobre a participação deles nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. De acordo com o presidente da entidade, Thomas Bach, uma declaração a respeito do assunto será dada "no momento apropriado".

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