A Ucrânia disparou pelo menos oito mísseis contra a região fronteiriça russa de Belgorod, matando uma pessoa e ferindo seis, disseram autoridades locais nesta quinta-feira, 14, enquanto as forças de Kiev aparentemente continuavam seus esforços para abalar o Kremlin na véspera da eleição presidencial da Rússia. A votação, que acontecerá entre 15 e 17 de março, se dará em meio a uma repressão implacável à dissidência russa.
Além disso, na região fronteiriça de Kursk, na Rússia, as forças ucranianas tentaram um ataque, segundo as autoridades locais. Não foi possível verificar de forma independente as informações russas.
As investidas ucranianas ao território russo nos últimos dias, incluindo ataques de drones de longo alcance e alegadas incursões de representantes russos que vivem na Ucrânia, ocorreram em um momento em que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se prepara para uma quase garantida reeleição. Putin tem procurado persuadir os russos a mantê-lo no poder em um cenário que, segundo ele, traz ameaças estrangeiras ao país e à medida que a guerra na Ucrânia se estende pelo seu terceiro ano.
Em um vídeo divulgado nesta quinta, Putin conclamou os russos a irem às urnas, classificando a participação nas eleições como uma "manifestação de sentimento patriótico". Afirmando que "a única fonte de poder no nosso país é o povo", Putin disse aos russos que eles não só deveriam votar, mas declararem firmemente a sua vontade e aspirações, com o envolvimento pessoal no desenvolvimento futuro da Rússia.
Desde que chegou ao poder, há quase 25 anos, Putin eliminou quase todos os meios de comunicação independentes e vozes da oposição na Rússia, especialmente depois da invasão em grande escala da Ucrânia em 2022, que inicialmente sofreu um percalços. Analistas dizem que o Kremlin está preocupado com a baixa participação durante os três dias de votação e precisa da presença nas urnas dos russos para dar legitimidade a Putin, que é quase certo que ganhará outro mandato de seis anos.
Sam Greene, do Centro de Análise de Política Europeia em Washington (EUA), classificou a eleição da Rússia como "uma farsa". "O Kremlin controla quem está nas urnas. O Kremlin controla como eles podem fazer campanha", disse Greene. "Sem falar na capacidade de controlar todos os aspectos da votação e do processo de contagem de votos." Fonte: Associated Press.