Pelo menos 4 mil civis ucranianos já deixaram a região de Kharkiv, no nordeste do país, desde a última sexta-feira, em meio a uma nova ofensiva do exército russo. Os ataques da Rússia por via terrestre seguem neste domingo, 12, de acordo com autoridades ucranianas.
As intensas batalhas forçaram pelo menos uma unidade militar ucraniana a se retirar da região de Kharkiv, deixando mais terras às forças russas na chamada "zona cinzenta" do conflito, próximo à fronteira entre os dois países. Analistas dizem que a iniciativa russa visa explorar a escassez de munições antes que os suprimentos ocidentais prometidos aos ucranianos possam chegar à linha de frente.
Segundo soldados ucranianos, o Kremlin está usando a tática russa usual, lançando uma quantidade desproporcional de fogo e ataques de infantaria para esgotar suas tropas. Uma unidade ucraniana disse que foi forçada a recuar em algumas áreas e que as forças russas capturaram pelo menos mais uma aldeia.
Em um vídeo publicado no sábado, a unidade Hostri Kartuzy, parte do destacamento de forças especiais da guarda nacional da Ucrânia, afirmou que estava lutando pelo controle da aldeia de Hlyboke. "Hoje, durante combates intensos, os nossos defensores foram forçados a retirar-se de mais algumas das suas posições e outro assentamento ficou completamente sob controle russo. A partir das 20h, os combates pela vila de Hlyboke continuam", afirmaram os combatentes no vídeo.
O Instituto para o Estudo da Guerra, com sede nos Estados Unidos, disse no sábado acreditar que as alegações de que Moscou capturou as cidades de Strilecha, Pylna, Pletenivka e Borsivika eram precisas e que imagens geolocalizadas também pareciam mostrar que as forças russas capturaram Morokhovets e Oliinykove. O governo ucraniano, contudo, não confirmou os ganhos de Moscou até agora.
Concomitante a isso, um prédio de apartamentos de dez andares desabou na cidade russa de Belgorod, perto da fronteira, com vários mortos e feridos relatados. As autoridades russas disseram que o edifício desabou após o bombardeio ucraniano. A Ucrânia não comentou o incidente.